Governo Lula triplica gasto em publicidade nas redes sociais
19 de novembro de 2025O montante dispensado pela Secom em 2025 beira os R$ 50 milhões
O governo Lula gastou R$ 49 milhões em publicidade on-line nas redes sociais entre janeiro e outubro, revelam dados da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), atualmente sob o comando do ministro Sidônio Palmeira. O montante representa mais que o triplo do valor destinado ao mesmo fim em 2024, quando foram gastos R$ 15 milhões nas plataformas da Meta, do TikTok e do Kwai. Entre as empresas contempladas, o Google teve aumento expressivo nas receitas advindas de publicidade governamental, de R$ 8,3 milhões em 2024 para R$ 49,7 milhões neste ano. Não houve registro de anúncios no X, antigo Twitter, tanto em 2024 quanto em 2025. Em 2023, a plataforma contabilizou R$ 5 milhões em publicidade federal. A ausência de postagens patrocinadas no X coincide com atritos entre o governo Lula e o proprietário da rede social, Elon Musk. A primeira-dama Janja xingou o bilionário durante discurso em evento do G20 no final do ano passado. Além disso, Musk é crítico à atuação do Supremo Tribunal Federal, especificamente do ministro Alexandre de Moraes. Mesmo com possíveis atualizações pendentes nos dados deste ano, já se observa alta significativa no orçamento da Secom para campanhas digitais: de R$ 51 milhões em 2024 para R$ 107 milhões em 2025. As redes sociais, que representavam 14% desses gastos no ano passado, passaram a responder por 33% em 2025. O relatório parcial mostra que, atualmente, um terço dos recursos aplicados pela Secom em veiculações foi destinado à internet. Além disso, houve concentração dos investimentos: as cinco principais empresas passaram de 49% para 85% do total direcionado à publicidade digital do governo. “O reforço do uso das redes sociais para divulgação das ações do Governo do Brasil reflete os novos hábitos da população na hora de buscar informações, com aumento do tempo dedicado à navegação nesses canais”, afirmou a Secom em nota ao portal UOL. “A estratégia tem como objetivo garantir e ampliar o acesso da população a informações relacionadas aos direitos do cidadão e aos serviços colocados à sua disposição.”
Sidônio Palmeira mudou estratégia da Secom
Sidônio Palmeira assumiu a Secom em 15 de janeiro, diante das dificuldades do governo Lula com a comunicação digital, especialmente no caso da portaria sobre a regulamentação do Pix, alvo de críticas da oposição. Na ocasião, um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) somou 339 milhões de visualizações no Instagram, expondo a fragilidade da estratégia anterior do governo. Durante a gestão de Sidônio, o Brasil também passou a enfrentar as tarifas impostas pelos Estados Unidos. O posicionamento do governo Lula diante das medidas coincidiu com melhora em pesquisas, atribuída em parte à reformulação da imagem do governo nas redes sociais promovida pela Secom em 2025. As publicações adotaram memes, imagens de gatos e humor. Um exemplo foi o “teste de fidelidade” ao Brasil, com o apresentador João Kleber, que teve 4,5 milhões de visualizações ao satirizar críticas do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Para o próximo ano, está previsto novo contrato de R$ 100 milhões para a comunicação digital do governo.
Com informações Revista Oeste




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