Embaixada dos EUA no Brasil critica prisão de Bolsonaro

Embaixada dos EUA no Brasil critica prisão de Bolsonaro

23 de novembro de 2025 Off Por Editor



  • Órgão diplomático reforça a visão de que o ministro Alexandre de Moraes é ‘um violador de direitos humanos’

    A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes neste sábado, 22, provocou reação da diplomacia norte-americana. Em postagem na rede social X, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil criticou a decisão. “O juiz Moraes, um violador de direitos humanos sancionado, expôs o Supremo Tribunal Federal do Brasil à vergonha e ao descrédito internacional ao desrespeitar normas tradicionais de autocontenção judicial e politizar de forma escancarada o processo judicial”, afirmou o órgão diplomático. “Os Estados Unidos estão profundamente preocupados diante de seu mais recente ataque ao Estado de Direito e à estabilidade política no Brasil.” Ainda conforme a Embaixada norte-americana, a ida do ex-presidente para cela da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília é “provocativa e desnecessária”. Nesse sentido, o órgão lembrou que Bolsonaro já cumpria prisão domiciliar — punição que havia sido imposta pelo integrante do STF em 4 de agosto. Para a Embaixada dos EUA no Brasil, “não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder”. A postagem da Embaixada norte-americana dá ares diplomáticos ao posicionamento de Christopher Landau. Mais cedo, o subsecretário de Estado dos EUA havia feito as mesmas críticas — a mensagem do órgão foi, basicamente, a tradução do inglês para o português do conteúdo.

    Embaixada dos EUA se junta aos críticos internacionais da prisão de Bolsonaro

    A Embaixada dos EUA no Brasil e Landau não são os únicos atores internacionais a criticarem de forma pública a prisão preventiva de Bolsonaro. O presidente norte-americano, Donald Trump, definiu o caso como “uma pena”. O advogado Martin De Luca, que representa a Trump Media e a plataforma Rumble em processo na Flórida contra Moraes, afirmou que a prisão do ex-presidente brasileiro é um “insulto” às autoridades norte-americanas. De acordo com ele, o ministro do STF “escalou” o que chamou de “caça às bruxas”. Conselheiro de Trump, Jason Miller foi outro a se manifestar. Assim como De Luca, ele classificou tal situação como “caça às bruxas”.

    Contra ex-presidente, Moraes atendeu a pedido da PF

    Bolsonaro foi detido, de forma preventiva, por agentes da PF por volta das 6h20 deste sábado. Na sequência, ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal do Distrito Federal, de onde foi encaminhado para uma cela na superintendência da corporação na capital do país. O ex-presidente irá encarar audiência de custódia neste domingo, 23. A Moraes, que deu aval para a prisão, a PF afirmou, entre outros pontos, que houve violação da tornozeleira eletrônica. Bolsonaro usa o equipamento desde 4 de agosto, quando o ministro do STF determinou a reclusão domiciliar. Mais tarde, o ex-presidente admitiu que usou “ferro quente” para queimar a tornozeleira. A uma agente, ele disse que o ato se deu por “curiosidade”. Aliados dele definiram o caso como “surto”. A prisão preventiva não tem relação direta com a condenação a mais de 27 anos de detenção de Bolsonaro pela 1ª Turma do Supremo. Para esse processo, os advogados do ex-presidente seguem com ações de contestação.

    Com informações Revista Oeste