Avanço da direita amplia presença dos EUA na América do Sul

Avanço da direita amplia presença dos EUA na América do Sul

25 de novembro de 2025 Off Por Editor



  • Eleitores rejeitam antigos discursos, e governos abrem espaço para novos acordos com Washington

    Depois de décadas sob governos de esquerda, países como Chile, Bolívia e Argentina passam por um novo ciclo político. Candidatos da direita ganham espaço, eleitores rejeitam velhos discursos, e o governo dos Estados Unidos vê a oportunidade de consolidar sua influência em um continente estratégico. As informações são do The Wall Street Journal. No Chile, José Antonio Kast lidera a disputa presidencial. Seu discurso firme contra o crime e a imigração ilegal — e o apoio declarado ao presidente Donald Trump — tem atraído até o eleitorado mais pobre. Na Bolívia, os socialistas foram retirados do poder depois de quase 20 anos. E, na Argentina, o presidente Javier Milei avança com cortes profundos no Estado, respaldado por um pacote de ajuda de US$ 20 bilhões enviado por Washington. A aproximação entre líderes sul-americanos e Trump tem efeito prático. Além do apoio financeiro a Milei, o governo norte-americano reativou alianças estratégicas, afundou embarcações do narcotráfico e fechou acordos comerciais com Argentina, Equador e El Salvador. Para especialistas, a mudança de rumos é fruto direto da insatisfação popular. O aumento da criminalidade, o caos migratório e a deterioração econômica sob administrações de esquerda impulsionaram o avanço conservador.

    EUA ampliam espaço em temas de segurança e energia

    No campo político, os reflexos são imediatos. No Chile, analistas locais indicam a eleição de Kast como o maior repúdio à esquerda em quase cem anos. Já no Equador e em El Salvador, a luta contra o crime organizado fortaleceu líderes alinhados a Trump. Em El Salvador, o presidente Nayib Bukele consolidou seu poder com políticas de segurança pública que passaram a ser vistas como modelo por parte da direita latino-americana. No Peru, onde a população enfrenta uma onda de extorsões, candidatos conservadores lideram a corrida presidencial. Na Colômbia, o aumento do narcotráfico enfraquece a popularidade de Gustavo Petro, enquanto cresce a chance de vitória de um nome da direita. Já no Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva ainda lidera as pesquisas para o primeiro turno, mas com margem estreita. O petista teve sua imagem imagem desgastada ao relativizar o papel dos traficantes no crime organizado. A fala repercutiu negativamente até entre setores moderados. Para os EUA, o novo momento abre caminho para reposicionar sua atuação econômica. A região detém vastas reservas de petróleo, cobre e lítio — recursos vitais para a indústria energética e tecnológica. Argentina, Bolívia e Chile concentram metade das reservas globais de lítio. O Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo. Na Bolívia, a eleição de Rodrigo Paz — político favorável ao mercado — alimenta expectativas de abertura no setor de lítio. Christopher Landau, subsecretário de Estado dos EUA, classificou a mudança como um “renascimento” nas relações bilaterais.

    Com informações Revista Oeste