EUA retiram sanções contra Moraes

EUA retiram sanções contra Moraes

12 de dezembro de 2025 Off Por Editor



  • O ministro do Supremo Tribunal Federal deixa a lista de sancionados pela Lei Magnitsky

    O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos retirou os efeitos da Lei Magnitsky sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a mulher dele, a advogada Viviane Barci de Moraes, e a instituição vinculada ao casal, o Instituto Lex. A decisão do governo norte-americano tornou-se pública nesta sexta-feira, 12. Por volta das 15h de hoje, os nomes de Moraes, Viviane e Lex já não constavam mais no site de sancionados pela Magnitsky. Em comunicado, o Departamento do Tesouro limitou-se a confirmar a retirada da lista que o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros administra. A retirada das sanções da Lei Magnitsky sobre Moraes já estava sendo analisada havia duas semanas pelas autoridades norte-americanas. Conforme os jornalistas Edilson Salgueiro e Carlo Cauti, de Oeste, a decisão favorável ao ministro do STF faria parte de acordo comercial entre o Brasil e os EUA. A informação foi publicada em 4 de dezembro. “A negociação envolve a concessão de terras raras brasileiras para exploração norte-americana, o fim da censura contra as mídias sociais, o cancelamento de impostos contra as big techs, a colaboração brasileira no combate ao crime organizado e o término de qualquer cooperação do Brasil com a China no setor de satélites”, informam Salgueiro e Cauti. “Neste último caso, a empresa Starlink, do empresário Elon Musk, poderia se beneficiar.” Os irmãos Joesley e Wesley Batista foram interlocutores das negociações entre os dois governos. Eles são controladores do grupo J&F, que, entre outros negócios, detém as operações da JBS, principal fornecedora de proteína animal tanto no Brasil quanto nos EUA.

    A aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes

    O governo dos EUA havia inserido Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky em 30 de julho. Na ocasião, o Departamento do Tesouro norte-americano entendeu que o ministro era um violador de direitos humanos. As críticas ao magistrado brasileiro por parte da Casa Branca seguiram até o início desta semana. Na segunda-feira, 8, o Departamento do Tesouro reforçou que a sanção contra o membro do STF seguia ativa por “campanha ilegal de censura” e determinação de “prisões arbitrárias”. As sanções via Lei Magnitsky foram aplicadas à mulher de Moraes e ao Instituto Lex em 22 de setembro. As inclusões ocorreram menos de duas semanas depois de o STF condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão no processo referente à suposta trama golpista.

    A retirada das sanções contra Moraes, Viviane e Lex se dá em meio ao agravamento da situação do ex-presidente do Brasil. Bolsonaro cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Além disso, o ex-chefe de Estado lida com problemas de saúde. Nesta sexta-feira, um dos filhos dele, o ex-vereador carioca Carlos Bolsonaro, divulgou vídeo do momento em que seu pai encara crise de soluços.

    O que é a Lei Magnitsky?

    Aprovada pelo Congresso norte-americano em 2012 e expandida em 2016, a Lei Magnitsky tem como objetivo permitir que os EUA imponham sanções a indivíduos considerados responsáveis por corrupção ou por violações graves de direitos humanos. Originalmente voltada para o caso do advogado russo Sergei Magnitsky, morto em uma prisão de Moscou depois de denunciar corrupção estatal, a norma passou a ter alcance global. A sanção pode ser aplicada a qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade. Entre as sanções previstas, estão o congelamento de ativos financeiros sob jurisdição norte-americana e a proibição de entrada nos EUA. As consequências, porém, vão além da dimensão financeira. Indivíduos sob sanção também ficam impedidos de acessar serviços digitais operados por empresas norte-americanas, como Google, Gmail, YouTube e Google Pay. “Essa pessoa não pode nem fazer uma pesquisa no Google, pois o seu endereço IP será bloqueado pela própria empresa, impedindo o acesso”, explicou o advogado Ricardo Vasconcellos, em entrevista ao Jornal da Oeste em 21 de março.

    Com informações Revista Oeste