Chapecó é uma região endêmica para hepatites

Chapecó é uma região endêmica para hepatites

23 de julho de 2018 Off Por Editor



  • Chapecó, 23/07/2018, segunda-feira Dia 28 de julho é o Dia Mundial de Combate a Hepatites Virais. Para marcar esta data, a Administração Municipal, por meio da Secretaria de Saúde de Chapecó e Setor de Hepatites promove ações de divulgação da doença, já que o Município é uma região endêmica e registra frequentemente casos da doença. Dados da Secretária da Saúde indicam que mais de 7% da população de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, tem hepatite do tipo B crônica, o que representa mais de 14 mil pessoas infectadas. Por isso, preocupada com a saúde de seus munícipes, tem um serviço especializado para atender os pacientes com o vírus da hepatite.

    O setor de hepatite, localizado junto ao Centro de Saúde Integrado Norte, conta com equipe multiprofissional e atende cerca de 375 pacientes mês, totalizando aproximadamente 4500 consultas por ano. De acordo com Rodrigo Momoli, coordenador do Setor de Hepatite, os dados deste serviço revelam que hoje, são mais de 3800 pacientes com hepatite B em acompanhamento no setor, sendo que dentre estes, aproximadamente 350 estão em uso de medicamento para o vírus. “Os números colocaram o município no primeiro lugar do ranking no estado e as estatísticas revelam um dado ainda mais preocupante, 60% da população já teve contato com o vírus”, explicou. Momoli explica que quem já teve hepatite, ou mesmo, contato com o vírus da hepatite, não pode doar sangue, por isso. Segundo ele, a hepatite B acomete o fígado e pode provocar câncer ou cirrose. “Ele pode causar danos no fígado. O casco do navio é como se fosse o fígado e a água batendo é como se fosse o vírus. Fica batendo, fica batendo e tem um pouco lesão. Depois tira a tinta, faz uma ferrugem, um buraquinho e depois um rombo”, explica o médico Ricardo Biffi.

    O coordenador do Setor de Hepatites, explica que a transmissão pode ocorrer durante o sexo sem uso de preservativo, pelo contato com sangue contaminado (seringa compartilhadas) ou da mãe para o feto durante a gestação. Uma pesquisa pela Sociedade Brasileira de Hematologia concluiu que 51% dos entrevistados não tem qualquer tipo de informação sobre a hepatite. Momoli comenta ainda que o que se tem é que o vírus veio com os descendentes italianos. “Como antigamente as comunidades não tinham essa estrutura de saúde, não se tinha todo esse cuidado com o sangue. Tínhamos muitas situações de se utilizar uma seringa de vidro, uma agulha e várias pessoas aplicavam ao mesmo tempo. Então, se uma era portadora, outras pessoas também acabavam infectadas”, afirma ele. A imunização contra hepatite B, segundo Momoli, é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.

    Sobre as Hepatites:

    Hepatite A: Transmissão fecal/oral e pode ser adquirida através de água ou alimentos contaminados por fezes, uso de objetos contaminados pelas secreções da pessoa infectada e contato direto com esgoto ou lixo. Para evitar as hepatites do tipo A é preciso beber água tratada, lavar sempre as mãos com água e sabão, antes das refeições e após usar o banheiro, lavar as frutas e verduras com água corrente e tratada, cobrir os alimentos para a proteção contra os insetos.

    Hepatite B: A transmissão pode ocorrer através da transfusão de sangue, soro e plasma contaminados com o vírus, contato sexual com pessoa contaminada sem uso de preservativo, agulhas, seringas e objetos compartilhados contaminados com sangue. Para evitar a Hepatite B deve-se exigir controle de qualidade do sangue, em caso de transfusão sanguínea e de produtos derivados de sangue, usar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar alicates de cutícula, cortador de unhas, giletes, aparelhos de barbear, agulhas e seringas.

    Hepatite C: É transmitida principalmente através da transfusão de sangue, pessoas que compartilham agulhas e seringas, tatuagens, piercings, todos os instrumentos de salões de belezas não esterilizados adequadamente. Os cuidados para evitar as Hepatites C geralmente são os mesmos para a B, exigir controle de qualidade do sangue em caso de transfusão sanguínea e de produtos derivados de sangue, usar preservativo nas relações sexuais, não compartilhar alicates de cutícula, cortador de unhas, aparelhos de giletes, aparelhos de barbear e agulhas.