Com aumento do gás, mulher usa álcool para cozinhar e tem 85% do corpo queimado

Com aumento do gás, mulher usa álcool para cozinhar e tem 85% do corpo queimado

4 de abril de 2022 Off Por Editor



  • Mãe afirma que filha está internada em São Vicente, no litoral de São Paulo, mas precisa de transferência a um hospital que possa oferecer tratamento especializado, pela gravidade do caso.

    Uma jovem de 26 anos sofreu graves queimaduras causadas por álcool em São Vicente, no litoral de São Paulo. Ela estava cozinhando com álcool combustível, e segundo o relato da mãe dela ao g1 neste sábado (2), a vítima teve 85% do corpo queimado e aguarda vaga para ser transferida a um hospital de referência.

    A vítima, Angélica Rodrigues, está internada no Hospital Municipal l (antigo Crei) de São Vicente, desde a semana passada, após o acidente doméstico. Segundo a cozinheira Silvia Regina dos Santos, de 42 anos, mãe da jovem, a unidade não tem estrutura para atender a casos de queimaduras graves, e a filha aguarda ser transferida a um hospital de referência pela Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross).

    “Ela sofreu queimaduras cozinhando em álcool. Achou que a chama do potinho tinha acabado, virou o galão de álcool, o fogo veio para cima do galão e pegou no corpo dela. Ela se assustou, sacudiu o galão, e foi para o corpo dela todo”, conta a mãe.

    Após a filha ser socorrida e conduzida ao hospital, ela recebeu os primeiros socorros, mas, devido à gravidade das queimaduras, precisa ser transferida. Segundo a mãe, o médico que acompanha a jovem já ressaltou que ela precisa de atendimento especializado.

    “Lá [no hospital de São Vicente] não tem estrutura nenhuma para cuidar do caso dela. O cirurgião informou que ela aguarda vaga via Cross. Não tem cabimento ela continuar ali, porque senão ela só vai piorar. Está sofrendo, e grita de dor o tempo todo sem parar. Estamos lutando por uma vaga, tudo que pedimos é isso. Se demorar, tenho medo até de ela pegar uma infecção”, lamenta.

    Posicionamentos

    A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por meio de nota, afirma que o caso da paciente está sendo monitorado, e que ela será encaminhada para serviço de referência. Segundo a pasta, o deslocamento de pacientes a outros serviços de saúde requer quadro clínico favorável, com base em avaliação médica, portanto, não depende somente da disponibilidade de vagas.

    Ainda de acordo com a Saúde estadual, o serviço de origem deve manter a ficha do paciente atualizada constantemente, conforme condição atual do quadro, para que o sistema conduza a análise da regulação de forma adequada, além de mantê-la em boas condições para que a locomoção seja feita com segurança.

    Conforme a pasta, a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde possui um sistema online que funciona 24 horas por dia, e busca vagas disponíveis em diversas unidades de saúde (não apenas nos hospitais estaduais) na região de origem do paciente, com disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes.

    Ainda segundo a secretaria, a Cross é apenas um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência. Seu papel não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso.

    A Prefeitura de São Vicente não se posicionou sobre o caso até a última atualização desta reportagem.

    Com informações G1