PF cumpre mandados em SC contra organização suspeita de causar prejuízos para mais de 1,3mi de pessoas

PF cumpre mandados em SC contra organização suspeita de causar prejuízos para mais de 1,3mi de pessoas

19 de outubro de 2022 Off Por Editor



  • O grupo conta com uma pessoa jurídica detentora de criptomoeda própria.

    Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram, na manhã desta quarta-feira (19), a Operação “La Casa de Papel”, visando desarticular organização criminosa que se especializou na captação de recursos de investidores a pretexto de gerir aplicações extremamente rentáveis em setores de minas de diamantes, vinhos, viagens e energia. O grupo conta com uma pessoa jurídica detentora de criptomoeda própria, porém não possui qualquer autorização para funcionar como instituição financeira.

    Estão sendo cumpridos 6 mandados de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão, por 19 auditores-fiscais e 8 analistas-tributários da Receita Federal, 150 policiais federais e 3 servidores da Agência Nacional de Mineração. Além disso, foi determinada a suspensão das atividades econômicas de 26 pessoas jurídicas, inclusive de uma igreja utilizada na movimentação e lavagem de recursos do esquema financeiro. As ações acontecem nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.

    As investigações foram iniciadas após prisão em flagrante de dois componentes do grupo e seu segurança particular, em 2021, na cidade de Dourado, no Mato Grosso do Sul, transportando US$ 100.000,00 em pedras preciosas (esmeraldas), sem a documentação comprobatória. Com o andamento das investigações, foi possível verificar que os envolvidos possuíam relação com uma entidade religiosa, o que possibilitou a identificação de outros envolvidos.

    A investigação constatou que os suspeitos criaram uma rede de seguidores e colaboradores na internet, causando prejuízos a “investidores” brasileiros, europeus e, principalmente, residentes da América Latina. O esquema movimentou recursos da ordem de milhões de dólares e prejuízos para mais de 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo, alegando ataque de “hackers”, auditorias e mentiras.

    “Os investigados ostentam uma vida luxuosa nas redes sociais. Postam imagens de viagens internacionais para Dubai, Cancún e Europa. Mostram veículos importados de altíssimo padrão, ostentam muito ouro, roupas de grifes de altíssimo padrão, pagamento de camarotes de shows e fotos acompanhados com personalidades conhecidas”, informou a PF. Além disso, segundo a polícia matérias jornalísticas teriam mostrado que os envolvidos se tornaram multimilionários com o negócio e estariam se propondo a ajudar pessoas a se tornarem milionárias, tudo de modo a buscar atrair mais pessoas para o golpe.

    O nome da operação “La Casa de Papel” foi dado em razão de alguns dos investigados possuírem a nacionalidade espanhola e terem criado ficticiamente o seu próprio banco e a sua própria “casa da moeda”.