“Não quero que aconteça mais”: Cacique fala após briga que deixou um morto em aldeia em SC

“Não quero que aconteça mais”: Cacique fala após briga que deixou um morto em aldeia em SC

17 de julho de 2023 Off Por Editor



  • Houve diversas agressões durante a briga iniciada após alto consumo de bebidas alcoólicas: foram socos, pontapés, pedradas e tiros de arma de fogo

    Na tarde desta segunda-feira, o cacique fez um apelo para que a força nacional seja enviada ao local. Uma pessoa morreu e pelo menos 12 ficarem feridas após uma briga generalizada na aldeia indígena Condá, em Chapecó, Oeste de Santa Catarina, na manhã de domingo (16), o cacique da aldeia acusou os indígenas expulsos de causar o conflito. O cacique Efésio Siqueira fez um apelo para que a Força Nacional seja enviada ao local.

    “Se não fazer isso com certeza vai mais gente ir a óbito aqui. E eu não quero que isso aconteça mais”

    CACIQUE EFÉSIO SIQUEIRA

    Sete casas e seis veículos foram queimados após uma briga entre indígenas. De acordo com a polícia militar, a confusão foi motivada pela eleição do cacique, há cerca de um ano.

    Conforme o major Rafael Antônio da Silva, da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), a briga teria motivação política. “Um grupo não aceita essa eleição e alega fraude no processo eleitoral. então nessa semana a situação se tornou um pouco mais violenta”, explica.

    O segundo homem baleado é irmão do cacique eleito, e está internado. Outros doze indígenas foram feridos por pedradas, socos e pontapés durante a confusão.

    As famílias que tiveram as casas incendiadas ou que foram expulsas da Aldeia Kondá foram trazidas para este ginásio. Cerca de 200 pessoas devem ficar neste espaço de forma provisória até que uma nova decisão seja tomada. Os indígenas que estão acampados no ginásio são contra o cacique eleito.

    Agentes da polícia federal e militar estão na aldeia para garantir a segurança.

    Briga generalizada deixa um morto e ao menos 12 feridos em aldeia indígena no Oeste de SC

    Uma pessoa morreu e pelo menos 12 ficaram feridas após uma briga generalizada entre membros da aldeia indígena Condá, em Chapecó, Oeste de Santa Catarina, na manhã deste domingo (16). Segundo relatos ao Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), houve diversas agressões durante a briga iniciada após alto consumo de bebidas alcoólicas: foram socos, pontapés, pedradas e tiros de arma de fogo.

    Ao chegar perto do local, a Polícia Militar constatou que a estrada estava fechada com pedras. E, ao contatar o cacique da aldeia, ele relatou que a briga ocorreu porque um grupo não aceitavam a eleição de um novo cacique.

    A Polícia Militar informou que dois homens foram alvejados por disparos de arma de fogo. Um deles de 20 anos, com 4 tiros no tórax e no pescoço; e outro de 26 anos, com um tiro no abdômen. Eles foram levados para o Hospital Regional do Oeste por meios próprios.

    O homem de 20 anos morreu no hospital. Já o de 26 anos passou por cirurgia e segue internado em estado grave. Os onze feridos estavam todos conscientes e orientados, com diferentes tipos de ferimentos. Eles foram atendidos pelo CBMSC, mas recusaram encaminhamento ao hospital.

    Já ao meio dia de domingo (16), o Corpo de Bombeiros foi acionado novamente por causa de uma briga entre os indígenas. Ao chegar no local, constataram que 12 construções haviam sido incendiadas. Elas foram totalmente destruídas, sem possibilidade de salvar utensílios.

    As autoridades Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal e Serviço Aeropolicial também atenderam a ocorrência. A PF chegou a encaminhar uma nota com os detalhes da ação:

    “Com relação aos fatos violentos recentemente ocorridos na Aldeia Indígena Kondá, no oeste de Santa Catarina, e que resultaram no óbito de uma pessoa, além de lesões graves a outras e em inúmeros danos materiais, a Polícia Federal informa que ainda na data de ontem, 16/07/2023, policiais federais se deslocaram até a aldeia para impedir o agravamento do conflito. Também foram adotadas providências de polícia judiciária, mediante instauração de inquérito policial para apuração dos fatos e identificação dos autores do delito”, disse a Polícia Federal de Santa Catarina.

    Ainda de acordo com a PF, a operação continuará por período indeterminado, com a atuação da força policial na região e em conjunto com a Polícia Militar para evitar novos conflitos.

    Força Nacional

    O Ministério Público Federal (MPF) fez uma recomendação ao secretário nacional de Segurança Pública após o ocorrido na Aldeia Kondá.

    De acordo com o MPF, é necessário o deslocamento da Força Nacional. Os policiais deverão se instalar em uma base provisória na aldeia para conter o conflito interno. Será realizada uma consulta prévia à população da Aldeia Kondá.

    O prazo para cumprimento é de 48 horas corridas a contar do recebimento da recomendação. Enquanto isso, o Batalhão de Polícia Militar em Chapecó “deverá assegurar o efetivo necessário ao contínuo policiamento ostensivo da região”.