Protesto às reformas: Sindicato diz a deputados, senadores e ministro que reformas vão “massacrar” trabalhador

Protesto às reformas: Sindicato diz a deputados, senadores e ministro que reformas vão “massacrar” trabalhador

22 de março de 2017 Off Por José Carlos Linhares



  • Carta expedida às autoridades mostra a verdadeira face do sindicalismo e pede a desaprovação das mudanças em curso

    Chapecó (22.3.2017) – Um consistente documento com três laudas, somando 7.471 caracteres, contextualiza a ação sindical vigente e alerta para os perigos que os trabalhadores e sociedade brasileira estão submetidos com a aprovação das reformas da previdência e trabalhista. A carta foi enviada à bancada catarinense no Congresso Nacional pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Chapecó – Siticom. Será entregue pessoalmente também ao ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira, no final deste mês, em Chapecó.

    A presidente do Siticom Izelda Oro faz amplo relato da representação da entidade e determinadas ações executadas nos 56 anos do sindicato. A sindicalista enfatiza a importância de se fazer uma “profunda leitura” sobre a Reforma Trabalhista e suas conseqüências. Cita que os empresários argumentam ser necessária a reforma “para gerar empregos”. No entanto, desconsideram que a força do trabalho, traduzida em mão de obra, está sendo a mais prejudicada.

    A proposta de Reforma da Previdência também é rechaçada pela dirigente sindical. Mostra que em nenhum momento ouviu os empregadores fazerem críticas a iniciativa. Diante deste silêncio surgem os questionamentos sobre a indiferença patronal. Izelda disse que gostaria de saber se os empresários desejam tanto gerar empregos “porque querem que a classe trabalhadora pague a conta da previdência?”. Para ela são dúvidas desta natureza que impedem a “compreensão, bom entendimento e aceitação das mudanças”.

    Discurso mofo – A presidente do Siticom entende que o que está em discussão é o “dilaceramento de uma estrutura”, com tendência a “desorganizar, desestruturar e condenar o trabalhador e o movimento sindical ao ostracismo”. Acrescenta que as ameaças se constituem em “ato sumário, transgressivo e inumano merecedoras de contundente repúdio”. Entende ser preciso instituir a razoabilidade “não o pânico” produzido por um discurso “estreito, mofo, inconsistente e insensato”.

    Izelda sustenta que a estabilidade financeira apregoada pode ser conquistada com reformas como a tributária, política e do judiciário. Também com o corte das aposentadorias milionárias e os privilégios concedidos a grandes empresas. Melhoraria com a cobrança das bilionárias dívidas de grandes grupos econômicos, combate a sonegação, evasão fiscal e com uma administração “eficaz, austera e transparente”. Opina que somente com iniciativas deste gênero seria possível encontrar soluções “sem penalizar a parte mais fraca”. No entanto, vê-se revoltada com um governo “absentista ao clamor popular” que, em sua visão, “subjuga, posterga e desconsidera” as medidas que poderiam recolocar a nação “nos trilhos do desenvolvimento sem massacres aos que produzem as riquezas do capital e do país”.

    Feitas as ponderações, a dirigente sindical pede aos deputados federais e senadores, representantes eleitos pelos trabalhadores, “total solidariedade, irrestrito e incondicional apoio” à realização de audiências públicas para amplo debate dos assuntos e voto contrário as reformas propostas pelo governo federal.

    – Foto: Izelda sugere medidas que encaminhariam solução financeira rápida às dificuldades

    Assessoria de Imprensa Siticom