
Indústria do oeste catarinense emprega mais de 94 mil pessoas
1 de julho de 2025Dados foram organizados pelo Observatório FIESC sobre 2024; Setor de alimentos e bebidas lidera o número de contratações, com 43.252 empregados
A indústria da região oeste de Santa Catarina registrou, em 2024, 94.619 empregos formais, segundo dados do Observatório FIESC com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O município de Chapecó concentra a maior parte dos postos, com 40,52% do total regional. Outras cidades com participação significativa no mercado industrial são São Lourenço do Oeste (6,26%), Maravilha (6,15%) e Xaxim (6,13%). De acordo com o segundo vice-presidente da Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviços de Chapecó (ACIC) e presidente do Sindicato Empresarial das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico da Região de Chapecó (SIMEC) e diretor regional Oeste da FIESC, Carlos Martinelli, Santa Catarina, por ser um estado predominantemente industrial, mantém um alto índice de geração de empregos no setor. “O Oeste catarinense se destaca na geração de empregos formais graças à força de setores como o complexo agroindustrial, eletrometalmecânico, móveis, madeira e construção civil. A indústria de processamento de proteína animal, em especial, é o motor da economia regional, gerando o maior volume de empregos e estimulando o crescimento de outras atividades”, afirma Martinelli. A pesquisa do Observatório da FIESC ainda aponta que setor de alimentos e bebidas lidera o número de contratações, com 43.252 empregados, o que equivale a 45,71% do total. Na sequência, aparecem os segmentos de construção civil (12,36%), madeira e móveis (7,42%), máquinas e equipamentos (6,97%) e têxtil, confecção, couro e calçados (6,66%). A maior concentração de trabalhadores industriais está na faixa etária entre 18 e 29 anos, seguida por pessoas de 30 a 39 anos e 40 a 49 anos.
EMPRESAS
As empresas de grande porte são as principais empregadoras, respondendo por 42,78% das contratações, de acordo com a pesquisa. Pequenas e médias empresas representam 21,33% e 17,29% dos empregos, respectivamente, enquanto os empreendimentos de microporte concentram 18,59% dos vínculos. No entanto, Martinelli lembra que muitas das grandes indústrias catarinenses surgiram de pequenos negócios. “A maioria das indústrias nasceu como micro e pequena empresa, e com o espírito empreendedor, se transformaram em grandes grupos, muitas vezes multinacionais. No Oeste, isso não foi diferente”, ressalta. As informações do Observatório da FIESC apontam que o setor de alimentos e bebidas lidera o número de contratações, com 43.252 empregados, o que equivale a 45,71% do total. Na sequência, aparecem os segmentos de construção civil (12,36%), madeira e móveis (7,42%), máquinas e equipamentos (6,97%) e têxtil, confecção, couro e calçados (6,66%). “A diversificação da indústria é um fator que garante mais resiliência à economia regional. Quando um setor enfrenta dificuldades, outros mantêm a atividade econômica aquecida. Esse equilíbrio foi essencial, por exemplo, na superação de crises no setor agroindustrial nos anos 1990”, relembra Martinelli.
DESAFIOS DA INDÚSTRIA DO OESTE
Apesar da força do setor, ele enfrenta desafios importantes. A infraestrutura rodoviária limitada, a ausência de transporte ferroviário e a escassez de mão de obra qualificada estão entre os principais entraves. “As indústrias são eficientes da porta para dentro, mas fatores externos, como política fiscal e monetária, insegurança jurídica e falta de infraestrutura, comprometem a competitividade”, avalia. Na análise do vice-presidente da ACIC, a duplicação das rodovias BR-282 e BR-470, que fazem a ligação do Oeste aos portos, é uma demanda urgente. Outras obras, como a recuperação da SC-283 e melhorias nas BRs 158, 163 e 153, além do avanço do projeto da ferrovia Centro-Oeste, são essenciais para garantir a competitividade da região. Outro ponto crítico é a qualificação da mão de obra. Mesmo com uma oferta significativa de instituições de ensino técnico e profissionalizante. “É necessário revisar as políticas sociais para que haja contrapartidas, como a exigência de qualificação e requalificação profissional. O fenômeno dos ‘nem-nem’, pessoas que nem estudam, nem trabalham, precisa ser enfrentado, pois impacta diretamente na capacidade de desenvolvimento da economia”, alerta Martinelli.
FUTURO DE TRANSFORMAÇÃO
O olhar para o futuro é de transformação. “A indústria passa por ciclos de renovação cada vez mais rápidos. A inovação, a indústria 4.0 e os avanços tecnológicos são fundamentais para garantir competitividade e impulsionar um novo ciclo de desenvolvimento para a região”, projeta Martinelli. “A FIESC mantém um olhar atento para o Oeste catarinense, investindo continuamente em infraestrutura, qualificação profissional e inovação. Nosso objetivo é garantir que a região continue crescendo de forma sustentável. A predominância de jovens no mercado de trabalho industrial local demonstra que caminhamos certo, oferecemos um ambiente fértil para o desenvolvimento de novas gerações. Estamos também sempre atentos às demandas institucionais, e a melhoria da infraestrutura de transportes em Santa Catarina, por exemplo, é uma bandeira permanente e prioritária para a FIESC. Essas ações conjuntas são cruciais para o desenvolvimento. O Oeste de Santa Catarina é, e continuará sendo, um polo de excelência e inovação industrial não só para o estado, mas para todo o Brasil”, declarou o vice-presidente regional oeste da FIESC, Waldemar Schmitz.