
Laudo revela causa da morte de dentista de SC em cela; veja
1 de agosto de 2025Segundo o laudo, ele morreu de arritmia cardíaca causada por cardiopatia hipertrófica
Um laudo divulgado pela Polícia Científica de Santa Catarina revelou a causa oficial da morte do dentista Cezar Maurício Ferreira, de 60 anos. Ele morreu dentro de uma cela da Central de Polícia Civil de São José, na Grande Florianópolis, em 19 de julho. Segundo o laudo, o também servidor público federal morreu de arritmia cardíaca causada por cardiopatia hipertrófica. Veja o que diz o documento:
“Analisando os achados da necropsia, do laudo anátomo patológico do coração e do exame toxicológico podemos concluir que a causa médico legal do óbito é a cardiopatia hipertrófica, doença responsável pelo desfecho fatal, sendo o mecanismo provável morte súbita arrítmica, potencialmente desencadeada ou agravada pelo uso concomitante de medicamentos que mesmo em dose terapêutica são arritmogênicas, principalmente quando associadas”.
O exame toxicológico encontrou a presença de medicamentos antidepressivos, como setralina e citalopram, anti-histamínicos de 1ª geração (clorferinamina), relaxante muscular (orfenandrina), antibiótico (azitromicina), antidepressivo e antiarritmico (propranolol) e antidiabético (metformina). “Alguns medicamentos, quando combinados, podem aumentar o risco de arritmias”, diz o laudo. Confira abaixo:
Por meio de nota, o advogado da família, Dr. Wilson Knoner Campos disse: “Dr. Cezar passava por uma emergência médica cardíaca e seus sintomas nada tinham a ver com “consumo de bebida alcoólica”. Sua agonizante morte na gélida cela da Delegacia decorreu do problema cardíaco. O Dr. Cezar foi vítima de vários crimes e de uma desumanidade sem precedentes. A Família clama por responsabilização”, disse.
Dentista morre em cela
Cezar Maurício Ferreira se envolveu em um acidente de trânsito, na sexta-feira, 18 de julho. A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) foi acionada e constatou que o dentista estava sob efeito de álcool, já que não conseguia se comunicar verbalmente e não conseguiu realizar o teste de etilômetro. Na Central de Polícia Civil, em São José, o dentista foi submetido a depoimento e não conseguiu responder aos questionamentos. Ele foi encaminhado para a cela, onde negou a comida e aceitou o travesseiro e cobertor. Um atendente da Polícia Civil disse que esteve na cela por duas vezes e perguntou se estava tudo bem, Cezar e outro detento teriam respondido que sim. Na manhã de sábado (19), o dentista foi encontrado morto no chão.
Defesa alega negligência na morte
O advogado conta que nem os direitos de um detento foram cumpridos. “A família só soube da morte por terceiros. O direito de ser informado do que está sendo acusado, o direito de não produzir prova contra si e principalmente o direito de chamar um advogado e comunicar um familiar seu de que ele está numa delegacia, não foram cumpridos”, exclamou Knoner Campos.
Com informações SCC10