
Preso que matou tio condenado por torturar sobrinho é encontrado morto no presídio de Chapecó
31 de agosto de 2025Paulo Sérgio Mariano, condenado por três homicídios triplamente qualificados, foi localizado por outros internos dentro da cela onde estava isolado
O preso responsável pela morte de Luiz Fernandes de Oliveira, de 45 anos, condenado por torturar o sobrinho em Ponte Serrada, foi encontrado morto na penitenciária de Chapecó na manhã deste sábado, dia 30. De acordo com informações divulgadas pelo Jornal Razão, Paulo Sérgio Mariano, condenado por três homicídios triplamente qualificados, foi localizado por outros internos dentro da cela onde estava isolado, por volta das 5h45, no momento da entrega do café da manhã aos detentos da triagem. Ele foi encontrado suspenso por uma corda artesanal feita com a própria coberta, amarrada na grade da janela, indicando que teria tirado a própria vida.
Briga na prisão
Na sexta-feira, dia 29, Paulo matou Luiz Fernandes dentro da fábrica da unidade prisional, onde ambos trabalhavam. Conforme apurou o jornal, o desentendimento teria começado após Luiz oferecer comida que causou mal-estar ao colega. Nos dias seguintes, ele teria zombado da situação com piadas, o que deixou Paulo incomodado. Durante uma briga, o detento utilizou uma tesoura para atacar e matar o ponteserradense, sendo levado ao isolamento.
Condenação por triplo homicídio
Paulo Sérgio Mariano havia sido condenado a 60 anos de prisão por matar três homens no interior de Bom Jesus, no Oeste catarinense. O crime ocorreu na madrugada de 28 de abril de 2023, na comunidade de Linha Bento. Segundo o processo judicial, Paulo e as vítimas ingeriam bebida alcoólica juntos e, em determinado momento, houve um desentendimento. Ele atacou os homens com facadas quando caminhavam embriagados por uma estrada, causando a morte deles.
Tortura de Lyan
Luiz era tio do menino Lyan de Oliveira e foi condenado a 50 anos de reclusão por torturar ele e outros quatro sobrinhos — com idades entre 2 e 10 anos — no município de Ponte Serrada. No dia da morte de Lyan, por volta das 19 horas, Luiz não estava em casa, por isso não respondeu pelo homicídio da criança, que tinha a companhia dos outros irmãos e da tia, Tânia Correia Claras, condenada a 90 anos de prisão por matar Lyan . Ela e Luiz eram casados e cuidavam dos sobrinhos. Conforme o Ministério Público, as crianças sofrem constante violência física e mental. Luiz e Tânia foram acusados de agredir os sobrinhos utilizando fio de TV, chinelo, sandália, canos de PVC e cintos. Segundo as investigações, tudo acontecia porque os menores se sujavam de barro ao brincar na rua e também porque o mais novo não conseguia fazer as necessidades fisiológicas no vaso sanitário. Os tios também privaram as vítimas de alimentação adequada, além de obrigar os sobrinhos de 10 e 7 anos a realizarem serviços domésticos forçados. Luiz também amarrava as crianças em cadeiras, com as vítimas amordaçadas com fita isolante para não gritarem enquanto eram obrigadas a ajudar-lo agredindo Lyan. Em fevereiro de 2022, também conforme denúncia, o homem colocou Lyan de cabeça para baixo no vaso sanitário para que ele se afogasse, também causando fratura no fêmur do menino, que precisou passar por cirurgia. No dia do crime, Tânia teria machucado o menino com chutes, tapas, socos e chacoalhões, causando o óbito por politraumatismo . Ela já estava presa desde a época do crime e permanece na ala feminina da penitenciária de Chapecó.
Com informações Oeste Mais