1ª Turma do STF forma maioria para condenar Bolsonaro por suposto golpe de Estado

1ª Turma do STF forma maioria para condenar Bolsonaro por suposto golpe de Estado

11 de setembro de 2025 Off Por Editor



  • Ex-presidente teria supostamente sido o ‘cabeça’ do que a maioria dos ministros entendeu como uma tentativa de ruptura institucional

    Na tarde desta quinta-feira, 11, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus. A condenação se dá, em geral, pelos crimes de formação de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e dano ao patrimônio tombado. A maioria pela condenação se formou graças ao voto da ministra Cármen Lúcia. Ela teve o mesmo entendimento do relator do processo, Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino. O julgamento ocorre na 1ª Turma do STF, que contou com voto divergente de Luiz Fux. O presidente do colegiado, Cristiano Zanin, ainda não votou. A maioria dos ministros entendeu que o ex-presidente incitou atos contra as instituições e atentou contra o processo eleitoral. Ao fazer aparte durante a leitura de Cármen, Moraes afirmou, mais de uma vez, que Bolsonaro foi o “chefe” da suposta tentativa de golpe. Com a decisão, o ex-presidente perde os direitos políticos. Ele também terá de pagar multa (valor ainda não estipulado) e cumprirá prisão em regime aberto, fechado ou outro efeito — a dosimetria da pena ainda será definida. Bolsonaro ainda pode recorrer da decisão. No meio político, a condenação é vista como um marco para o futuro da direita no Brasil. A mando de Moraes, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar em Brasília desde 4 de agosto.

    Os outros condenados no julgamento de Bolsonaro no STF

    Com o voto de Cármen Lúcia, a 1ª Turma do STF formou maioria para condenar, além do ex-presidente, seis integrantes do governo Bolsonaro pelos mesmos cinco crimes:

    • Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha;
    • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
    • Augusto Heleno, general e ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
    • Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens da Presidência da República (é o delator do processo);
    • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa; e
    • Walter Braga Netto, general, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente da República nas eleições de 2022 pelo Partido Liberal (PL).

    O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) é o único a responder por três dos cinco crimes listados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Por decisão da Câmara dos Deputados, ele, que foi o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência durante o governo Bolsonaro, deixou de ser réu por dano qualificado e deterioração de patrimônio público. Com o voto de Cármen Lúcia, ele já tem maioria para ser condenado pelos outros três cromes. De acordo com a denúncia da PGR, os oito réus — que agora se tornam condenados aos olhos do STF — formariam o chamado “núcleo 1” da suposta trama golpista.

    Com informações Revista Oeste