Brasil pode liderar aumento da carga tributária mundial até 2050

Brasil pode liderar aumento da carga tributária mundial até 2050

23 de setembro de 2025 Off Por Editor



  • Estudo do Instituto Esfera projeta que, até a data, país deve elevar o peso de seus tributas para 42,8% do PIB; confira

    Um levantamento inédito conduzido pelo Instituto Esfera de Estudos e Inovação revela que, até 2050, o Brasil poderá liderar o aumento da carga tributária mundial. O estudo projeta que o peso dos impostos pode saltar dos atuais 34% para 42,8% do PIB nos próximos 25 anos. Esse avanço de 9,8 pontos porcentuais supera o de todos os países analisados, e o principal fator é o envelhecimento populacional. Hoje, 10% da população brasileira tem 65 anos ou mais, mas em 2050 esse grupo pode chegar a representar um quarto do total, elevando a demanda por previdência e saúde. A pesquisa contou com a coordenação de Fernando Meneguin e com a elaboração do economista Pedro Nery, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

    Brasil se aproxima de países desenvolvidos em carga tributária

    O relatório destaca que o Brasil, ainda classificado como país de renda média, experimenta uma dinâmica fiscal semelhante à de nações desenvolvidas e envelhecidas. Caso a estimativa se concretize, o país se igualará a Alemanha e Eslovênia em carga tributária e estará entre os 15 mais tributados globalmente. Pedro Nery observa que o cenário pode mudar, se houver crescimento econômico acima da média histórica. “Um crescimento econômico acima do que tivemos no passado desacoplaria essa relação, e teríamos uma carga tributária mais baixa”, afirmou. “Por outro lado, se tivermos um crescimento menos robusto, inclusive por conta do envelhecimento da população, a carga tributária pode ser maior.” Atualmente, a soma da carga efetiva de 34% do PIB com os 6% em isenções fiscais já coloca o Brasil próximo dos 40%. O patamar é comparável ao de países como Suécia e Noruega. Além disso, o estudo classifica o Brasil como “anômalo”, pois alia alta tributação a um estágio de desenvolvimento intermediário e enfrenta o desafio de custear a transição demográfica.

    Com informações Revista Oeste