
Depois de Justiça proibir vídeos de criminosos, Havan registra recorde de furtos
18 de outubro de 2025Loja divulgava registros de videomonitoramento que mostravam os crimes
O número de furtos nas lojas da rede Havan apresentou forte redução depois do início da divulgação de vídeos com flagrantes de crimes, estratégia lançada como “Amostradinhos do Mês”. Essa ação, que exibia o rosto dos suspeitos nas redes sociais, manteve média de 25 milhões de visualizações por vídeo e acabou influenciando outros comerciantes a adotarem medidas semelhantes. No entanto, depois de uma representação do Ministério Público de Santa Catarina, a Agência Nacional de Proteção de Dados exigiu a retirada dos vídeos em julho, sob risco de multa de R$ 50 milhões, até conclusão de análise interna. Desde então, os casos de furtos nas lojas voltaram a crescer, especialmente no período noturno, segundo dados da Havan.
O ponto de vista da Havan
A rede informou que, só em setembro, foram 64 furtos registrados à noite, representando quase metade dos delitos de 2025. O acumulado do ano já chega a 131 ocorrências, incluindo arrombamentos e depredações. “Criminosos não temem a Justiça, mas sentem vergonha da exposição”, afirmou Luciano Hang, dono da Havan, ao jornal Gazeta do Povo. Hang atribuiu a elevação dos crimes ao veto dos vídeos e relatou que, mesmo sem expor rostos, a rede manteve o monitoramento e registro de ocorrências. “Temos uma central que opera 24 horas, e todas as pessoas flagradas são abordadas e cadastradas em nosso banco de dados”, explicou o empresário.
Projeto de lei propõe mudança na legislação
Diante da suspensão, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) apresentou o Projeto de Lei n° 3.630/2025, que pretende autorizar a divulgação de imagens de infratores dentro de estabelecimentos comerciais, alterando a Lei Geral de Proteção de Dados. A proposta foi encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Bia Kicis destacou que o intuito é permitir que todos os comerciantes possam usar o recurso para coibir crimes. “É claro que o caso da Havan nos inspirou, porque o que aconteceu foi tão absurdo que chamou muito atenção”, declarou ao jornal. Segundo a deputada, o clima na Câmara é favorável à aprovação do texto ainda neste ano. A Agência Nacional de Proteção de Dados, questionada sobre o andamento da apuração, não respondeu aos pedidos de atualização até o fechamento da reportagem da Gazeta do Povo.
Com informações Revista Oeste