Quem são os 4 policiais que morreram durante operação no Rio
29 de outubro de 2025Os agentes faziam parte da Polícia Civil e do Bope; ação é considerada a mais letal da história do Estado
Quatro policiais — dois civis e dois militares — morreram durante a Operação Contenção, deflagrada na terça-feira 28 nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação é considerada a mais letal da história do Estado, com 121 mortos, segundo o governo fluminense. Os agentes mortos são o comissário Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara, da 53ª DP (Mesquita); o inspetor Rodrigo Velloso Cabral, 34, da 39ª DP (Pavuna); e os sargentos Cleiton Serafim Gonçalves, 42, e Heber Carvalho da Fonseca, 39, do Batalhão de Operações Especials (Bope). Máskara tinha 26 anos de carreira e havia sido promovido a comissário na véspera da operação. Ele ingressou na Polícia Civil em 1999 e chefiava o setor de investigações da 53ª DP. Já Rodrigo Velloso Cabral, que estava na corporação havia menos de dois meses, era lotado na 39ª DP, responsável por uma das áreas mais violentas da zona norte. De acordo com a Polícia Civil, Marcus e Cabral foram atingidos na chegada das equipes ao Complexo da Penha, quando traficantes do Comando Vermelho (CV) reagiram e montaram barricadas. Os dois chegaram a ser levados ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiram. Os sargentos, baleados em confrontos na Vila Cruzeiro, também foram socorridos ao hospital e morreram em decorrência dos ferimentos. Cleiton Serafim ingressou na corporação em 2008 e deixa mulher e uma filha. Heber Fonseca, policial desde 2011, deixa mulher, dois filhos e um enteado.
Operação deixou mais de 130 mortos
A Secretaria de Polícia Militar e o Bope divulgaram notas de pesar destacando o “compromisso e coragem” dos militares. A Operação Contenção mobilizou 2,5 mil policiais, além de blindados e helicópteros, e teve como alvo lideranças do Comando Vermelho. O objetivo era cumprir 100 mandados de prisão depois de mais de um ano de investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ontem terça-feira 28, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, informou 58 mortes confirmadas. No dia seguinte, mais 63 corpos foram encontrados em áreas de mata na Penha. Moradores relataram que 74 corpos foram levados para uma praça, número que não consta no balanço oficial, segundo o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira. Durante os confrontos, criminosos lançaram explosivos com drones, incendiaram barricadas e bloquearam vias como a Linha Amarela, a Grajaú-Jacarepaguá e a Rua Dias da Cruz, no Méier.
Reação e balanço
Além dos policiais, três civis foram baleados — um homem em situação de rua, uma mulher em uma academia e outro homem atingido em um ferro-velho. Todos foram socorridos. O secretário de Segurança Pública, Victor Santos, afirmou que a operação “foi planejada com inteligência” e não contou com apoio federal. “Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária e que vai continuar”, declarou. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que não recebeu pedido do Estado do Rio de Janeiro para apoio à operação. O Centro de Operações da Prefeitura informou que o Rio voltou ao estágio 1 nesta quarta-feira, 29, com todas as vias liberadas depois de mais de 12 horas de bloqueio.
Com informações Revista Oeste

