Defensor da Cannabis, ministro de Lula diz que ‘guerra às drogas é guerra aos pobres’

Defensor da Cannabis, ministro de Lula diz que ‘guerra às drogas é guerra aos pobres’

30 de outubro de 2025 Off Por Editor



  • Em uma entrevista, Paulo Teixeira disse que defende política de entorpecentes ‘baseada em saúde pública e direitos humanos’

    O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que a política de combate às drogas no Brasil “é, na verdade, uma guerra aos pobres, aos jovens e aos adolescentes”. A declaração foi dada em entrevista à Breeza, revista digital sobre Cannabis, planta que dá origem à maconha. O petista retomou sua defesa da regulamentação da Cannabis e criticou a repressão a associações e pacientes que fazem uso medicinal. “Venho de um trabalho social em que vi a grande violência que representa a lei de drogas brasileira e quanto ela promove a guerra às drogas, que é, na verdade, uma guerra aos pobres, aos jovens e aos adolescentes”, disse Teixeira. “Quantas vítimas nós temos nessa chamada guerra às drogas? Batalho contra essa lógica.” Quando foi deputado estadual em São Paulo, Paulo Teixeira aprovou a primeira lei de redução de danos do país, em 1996. O ministro diz que luta por “uma política de drogas baseada em saúde pública e direitos humanos”. Teixeira classificou a operação contra a Associação Santa Gaia e a derrubada de quase 50 perfis sobre Cannabis no Instagram como “um retrocesso civilizatório”. Ele disse que o ambiente digital “não pode se tornar um espaço de arbitrariedade”.

    Outras críticas do combate às drogas e defesa da regulação da Cannabis

    O ministro, que presidiu a comissão responsável pelo Projeto de Lei 399 — proposta que regulamenta o uso medicinal da planta — e defendeu a votação do texto. Paulo Teixeira também afirmou que a Cannabis é uma pauta suprapartidária e não pertence nem à esquerda nem à direita. Segundo ele, o tema já está “pacificado” em diversos países, independentemente da ideologia de seus governos. “Nos Estados Unidos, o assunto está pacificado, e o mesmo ocorre em países como o Uruguai, que teve governos conservadores sem retrocessos nessa agenda”, disse. Para o ministro, a regulamentação da planta é uma pauta da sociedade como um todo. “A Cannabis não é uma pauta de direita ou esquerda, é uma pauta da sociedade”, declarou. “Daqui a alguns anos, vamos olhar o proibicionismo como um tempo de obscuridade.” Ele também defendeu o autocultivo, a valorização das associações e a inclusão de agricultores familiares na cadeia produtiva. Teixeira afirmou ser favorável a uma regulação “nos moldes do cigarro”, com restrição de idade e proibição de publicidade.

    Com informações Revista Oeste