Reunião na Câmara define ações para fortalecer políticas públicas de atenção ao climatério e à menopausa

Reunião na Câmara define ações para fortalecer políticas públicas de atenção ao climatério e à menopausa

17 de novembro de 2025 Off Por Editor



  • Capacitações regionais, reuniões técnicas e diálogo com as mulheres estão entre as primeiras medidas acordadas.

    A Câmara Municipal de Chapecó realizou, na manhã desta segunda-feira (17), uma reunião de trabalho para discutir o tema “Climatério e Menopausa”, reunindo profissionais da saúde, pesquisadoras, representantes da rede municipal de saúde e estudantes. O encontro, proposto pela vereadora Marcilei Vignatti (União Brasil) por meio do Requerimento nº 216/2025 aprovado em Plenário, buscou aprofundar o debate sobre os impactos físicos, psicológicos e sociais vivenciados pelas mulheres neste período e alinhar encaminhamentos que possam orientar futuras políticas públicas no município. A vereadora Marcilei, que conduziu a reunião, destacou que o debate tem crescido nacionalmente e que Chapecó precisa avançar na construção de ações concretas. “Nosso objetivo é calibrar o texto da lei que aprovamos nesta Casa com a prática existente na rede de educação e com aquilo que está sendo produzido pelas universidades. É um tema que tem ganhado espaço e temos o dever de dialogar para que as políticas propostas sejam mais assertivas”. Ela reforçou que, como presidente da União de Vereadores de Santa Catarina (UVESC), percebe a pauta avançando nos coletivos que discutem saúde da mulher em todo o Estado. A parlamentar também ressaltou que todas as contribuições registradas comporão uma ata, que poderá servir de base para a formulação de políticas públicas no município.

    Discussões e contribuições das participantes

    O encontro reuniu especialistas que atuam tanto na formação acadêmica quanto na rede municipal de saúde. A enfermeira obstetra e professora da UFFS, Joice Schmalfuss, pontuou que ainda há falhas na abordagem preventiva do climatério. “Culturalmente existe uma mistura conceitual entre climatério e menopausa. Falta foco no preparo para vivenciar o processo, não apenas no tratamento de sintomas”. Representando a Clínica da Mulher, Caroline Bruxel ressaltou a importância de preparar a rede para acolher as mulheres que chegam com dúvidas e queixas. A médica Denúsia Dalben, que participou em nome da Secretaria de Saúde, destacou a estrutura existente. “Das 26 unidades de saúde, 16 contam com ginecologista obstetra para atendimento dessas demandas. Estamos disponíveis para acolher e discutir a viabilidade de todas as propostas apresentadas”. Da atenção básica, Camila Dal Santo Longhi enfatizou que o estilo de vida, exames preventivos e o acolhimento adequado são pilares essenciais. “As mulheres em vulnerabilidade são as que mais sofrem. Precisamos pensar no princípio de oferecer mais para quem precisa mais.” A estudante de enfermagem, Monize Konorath, responsável pela coleta de dados de autopercepção das mulheres atendidas, destacou que o estudo tem revelado a necessidade de desconstruir mitos e construir novas abordagens. A professora da Udesc e pesquisadora da saúde da mulher, Denise de Azambuja Zoche, reforçou que o tema tem ganhado força nas pesquisas e nas legislações recentes. “Há muitos mitos sobre reposição hormonal e muito a ser desmistificado. Uma política efetiva precisa de diretrizes, qualificação dos profissionais e informação para a população”. Também da Udesc, a professora Jouhanna do Carmo Menegaz frisou que cuidar da saúde da mulher é atuar diretamente nos princípios do SUS: universalidade, equidade e integralidade. “Estamos comprometidas a colocar nossos recursos intelectuais e organizacionais para que a nova lei vire ações de saúde para as mulheres de Chapecó”. A enfermeira e professora Kátia Adamy acrescentou que a formação continuada dos profissionais é fundamental. “Precisamos levantar um bom diagnóstico situacional para definir os próximos passos com precisão e segurança”.

    Encaminhamentos

    Ao final do encontro, foram definidos encaminhamentos estratégicos para dar continuidade ao trabalho:

    • Organização de uma atividade regional de capacitação para profissionais da saúde, preparando a rede para acolher e orientar as mulheres no climatério;
    • Promoção de seminários regionais reunindo lideranças, profissionais e pesquisadores, com início em Chapecó.
    • Realização de uma reunião interna com profissionais da saúde para estruturação das primeiras ações.
    • Construção de um cronograma de encontros e elaboração de um plano de atuação.
    • Ampliação do diálogo com a Secretaria de Assistência Social para alcançar mulheres em situação de vulnerabilidade.

    A vereadora Marcilei destacou que este é apenas o primeiro passo e reforçou: “Precisamos estar em movimento. O que discutimos aqui será fundamental para transformar conhecimento em políticas públicas que atendam às mulheres chapecoenses”. A reunião foi transmitida pelos canais oficiais da Câmara de Chapecó e permanecerá disponível ao público.

    Áudio da vereadora Marcilei Vignatti (União Brasil) sobre os encaminhamentos:

     

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    Com informações Assessoria CMC
    Imagens Vanessa Pressotto