Haitiano é agredido pela terceira vez em Chapecó

Haitiano é agredido pela terceira vez em Chapecó

6 de dezembro de 2017 Off Por Chapecó



  • Um haitiano foi agredido pela terceira vez em Chapecó. A última agressão aconteceu nesta terça-feira (6), quando o jovem Malko Joseph, caminhava pela Avenida Getúlio Vargas, Centro do município.

    O rapaz procurou as redes sociais para falar sobre o fato. Em seu perfil no Facebook, Malko contou o que um homem chegou de bicicleta e disse a ele palavras agressivas, como por exemplo: “preto sujo”, “aqui não é sua terra”, “preto fedido”, “macaco perdido” e inclusive o agressor teria dito que ele estaria roubando emprego dos brasileiros.

    Malko disse que não reagiu as agressões, mas o indivíduo pegou uma corrente com cadeado e passou a lhe agredir fisicamente, deixando ferimentos nas pernas e braços. Segundo a vítima, é a quinta vez que ele é alvo de racismo no Brasil “Duas vezes em Porto Alegre, três em Chapecó”, contou o jovem.

    Malko Joseph disse ainda que realizou o boletim de ocorrência na quando sofreu as agressões em Porto Alegre e em Chapecó, porém nada foi feito até o momento “Acabei de ser agredido fisicamente e verbalmente. Certeza que se fizer o boletim [de ocorrência] não vai adiantar nada”, lamentou o rapaz.

    Em seu post, ele mandou um recado aos seus companheiros “Então aviso aos meus irmãos pretos, Haitianos, Africanos, Brasileiros, eu não aguento mais p***. Eu não aguento mais ver o cara botar a mão na minha cara sem ter feito nada, eu não aguento mais ver o cara me chamar de macaco sem ter feito nada, eu não aguento mais ver o cara me agredir verbalmente, fisicamente, sem ter feito nada. Eu não aguento ver o cara falando preto tem que morrer mesmo, sem ter feito nada”, escreveu o rapaz.

    A publicação já conta com mais de 2.300 curtidas e centenas de compartilhamentos, além de diversos comentários de apoio ao jovem.

    No Oeste catarinense, a chegada dos primeiros haitianos foi em 2011. Até 2015, eram entre 2 mil e 2,5 mil haitianos na região, segundo dados da Associação dos Haitianos de Chapecó.

    Fonte: ClicRDC