SC tem ao menos 10 rodovias com situações críticas no Oeste, diz estudo da Fiesc

SC tem ao menos 10 rodovias com situações críticas no Oeste, diz estudo da Fiesc

6 de julho de 2022 Off Por Editor



  • Levantamento apontou problemas de falta de manutenção como buracos, deformação e trechos de “grande preocupação”

    Santa Catarina tem ao menos 10 rodovias estaduais com condições críticas de manutenção no Oeste do Estado. É o que aponta um estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) apresentado nesta quarta-feira (6).

    O levantamento avaliou 22 trechos existentes em 16 rodovias estaduais no Oeste de SC, que juntos totalizam 878 quilômetros. Desse número, 10 rodovias tiveram segmentos apontados como de “grande preocupação” no relatório da Fiesc (veja lista abaixo). O governo do Estado aponta que o estudo se refere apenas a gastos de manutenção e conservação, mas que rodovias do Oeste recebem investimentos de restauração e revitalização (leia o posicionamento ao fim da matéria).

    A análise da Fiesc reforça o alerta para problemas na manutenção de rodovias de SC. Em abril, estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) englobando também estradas federais apontou que o Estado tem 70% das rodovias em más condições, com situação regular, ruim ou péssima. O levantamento também indica que a pior trecho de rodovia do Brasil fica justamente no Oeste de SC — é a BR-163, no percurso entre São Miguel do Oeste e Dionísio Cerqueira.

    Os principais problemas das vias estaduais apontadas no estudo divulgado nesta quarta pela Fiesc são de deformação ou deterioração da pista, trincamento e buracos. As análises foram feitas em maio pelo engenheiro Ricardo Saporiti, consultor da Fiesc. A apresentação do resultado ocorreu nesta quarta, na Câmara de Transporte e Logística da entidade.

    A pior situação apontada no relatório é o da rodovia SC-305, no trecho de São Lourenço do Oeste até a localidade de Presidente Juscelino. O trajeto de 16 quilômetros tem a manutenção do asfalto definida como de “estado deplorável” e necessitando de “urgente atenção” do poder público.

    Más condições aumentam custo da indústria

    A federação chama a atenção para o fato de que as más condições de rodovias na região Oeste causa acidentes, mas também aumenta os custos e a ineficiência logística do Estado. A região Oeste tem, segundo dados do estudo, 43,9 mil estabelecimentos que empregam 408,5 mil trabalhadores, responsáveis por um PIB de R$ 54 bilhões, segundo dados de 2019.

    A estimativa é de que 1,1 mil carretas circulem por dia nas SCs e BRs da região. O custo logístico da indústria, segundo a Fiesc, é de 14% do valor do faturamento bruto das empresas, o que seria muito superior ao de outras regiões do Brasil ou outros países. Metade desse valor é referente a despesas com transporte.

    — Apesar dos esforços do governo do Estado, que elevou significativamente os investimentos na malha rodoviária, o estudo apresentado traduz a falta de uma política de estado, um programa de manutenção e conservação rotineira e preventiva do patrimônio rodoviário estadual, que a Fiesc tem defendido ao longo dos anos — afirmou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, em material de divulgação da entidade.

    Segundo o dirigente, a situação se agrava ao longo do tempo e já resulta na necessidade de restauração de mais de 60% da malha viária total do Estado. A entidade apresenta dados de que a restauração custa até quatro vezes mais do que a manutenção das rodovias.

    Gasto em manutenção é menos da metade do ideal

    O levantamento questiona também o investimento em manutenção de rodovias. Segundo o estudo, o governo de SC investiu em média R$ 92 milhões em manutenção preventiva ou correção das vias, o que seria equivalente a 0,44% do valor patrimonial da malha viária catarinense, estimado em R$ 21 bilhões. De acordo com o relatório, o ideal seria a aplicação de ao menos 1% desse montante. Isso equivaleria a R$ 210 milhões ao ano.

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    Rodovias estaduais com manutenções críticas no Oeste:

    SC-283
    ​Mondaí/Riqueza/Caibi/Palmitos

    Arvoredo/ Seara

    Seara/ Arabutã

    SC-155
    ​Xanxerê/Linha das Palmeiras/Xavantina

    Bom Jesus/ Abelardo Luz

    SC-480​

    Xanxerê/Bom Jesus

    SC-482
    ​Galvão/Coronel Martins

    SC-305
    ​São Lourenço do Oeste/Presid. Juscelino/Campo Erê

    SC-161
    ​SC-305 (Anchieta)/Palma Sola/Serra do Sul (BR-280/PR)

    SC-492
    ​Maravilha/Tigrinhos/Sta. Terezinha do Progresso

    SC-496
    ​Tunápolis/Beato Roque (Implantação/Pavimentação)

    SC-163
    ​Iporã do Oeste/Itapiranga

    SC-350
    ​Abelardo Luz/Passos Maia (Implantação/Pavimentação)

    Fonte: Fiesc

    Contraponto

    Após a publicação da reportagem, a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade entrou em contato para divulgar um posicionamento da pasta sobre o estudo da Fiesc. A nota afirma que desde 2019 foram investidos mais de R$ 730 milhões em obras de pavimentação, restaurações e aumento da capacidade e R$ 150,1 milhões em serviços de manutenção e conservação de rodovias na Grande Oeste.

    A nota da Secretaria de Infraestrutura sustenta que os números do relatório da Fiesc dizem respeito à manutenção e conservação de rodovias, mas que há rodovias listadas no estudo que passam por obras de revitalização e restauração. “São investimentos diferentes”, afirma o texto.

    O Estado cita levantamento da própria pasta que indica que sete em cada 10 quilômetros das rodovias estaduais pavimentadas estão em estado regular, bom ou ótimo. A nota da secretaria também diz que a SC-163, uma das rodovias citadas no estudo, está em fase de “execução do projeto de engenharia para a restauração total da via” e que, enquanto isso, ocorre uma “recomposição funcional” da rodovia.

     

    Com informações NSC total