Veja os melhores e os piores salários das profissões no país

Veja os melhores e os piores salários das profissões no país

3 de outubro de 2023 Off Por Editor



  • Médicos estão no topo e professores ficam com os menores rendimentos, segundo levantamento do FGV Ibre

    Médicos especialistas lideram o ranking das profissões mais bem pagas no Brasil, enquanto trabalhadores ligados à área de tecnologia chamam atenção pelo crescimento dos salários ao longo dos últimos anos. É o que indica um levantamento da economista e pesquisadora Janaína Feijó, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). A análise abrange profissionais com ensino superior distribuídos em 126 profissões no setor privado. No segundo trimestre de 2023, o rendimento médio real do trabalho dos médicos especialistas foi estimado em R$ 18.475 no Brasil.
    Embora seja o maior valor entre as profissões analisadas, a renda dessa categoria recuou 13% em relação ao segundo trimestre de 2012, ano inicial da série histórica.

    RANKING DE PROFISSÕES COM OS MAIORES SALÁRIOS

    Médicos especialistas – R$ 18.475; -13%
    Matemáticos, atuários e estatísticos – R$ 16.568; 50%
    Médicos gerais – R$ 11.022; -37%
    Geólogos e geofísicos – R$ 10.011; -20%
    Engenheiros mecânicos – R$ 9.881; -7%
    Engenheiros não classificados anteriormente – R$ 9.451; -11%
    Desenvolvedores de programas e aplicativos – R$ 9.210; 39%
    Engenheiros industriais e de produção – R$ 8.849; -22%
    Economistas – R$ 8.645; -39%
    Engenheiros eletricistas – R$ 8.433; -22%
    Engenheiros de minas, metalúrgicos e afins – R$ 7.887; -14%
    Engenheiros civis – R$ 7.538; -41%
    Desenhistas e administradores de bases de dados – R$ 7.301; 30%
    Advogados e juristas – R$ 7.237; 0%
    Engenheiros químicos – R$ 7.161; -52%
    Analistas de sistemas – R$ 7.005; -19%
    Desenvolvedores de páginas de internet e multimídia – R$ 6.075; 91%

    OCUPAÇÕES COM OS MENORES SALÁRIOS

    Professores do ensino pré-escolar – R$ 2.285; 3%
    Outros profissionais de ensino – R$ 2.554; -23%
    Outros professores de artes – R$ 2.629; -45%
    Físicos e astrônomos – R$ 3.000; -16%
    Assistentes sociais – R$ 3.078; -7%
    Bibliotecários, documentaristas e afins – R$ 3.135; -32%
    Educadores para necessidades especiais – R$ 3.379; 14%
    Profissionais de relações públicas – R$ 3.426; -23%
    Fonoaudiólogos e logopedistas – R$ 3.485; -28%
    Professores do ensino fundamental – R$ 3.554; 7%
    Outros professores de música – R$ 3.578; -35%

    “Estamos falando de um período de mais de dez anos, em que o Brasil passou por duas crises, a recessão de 2014, 2015 e 2016 e o choque devido à pandemia. Essas oscilações têm rebatimento no mercado de trabalho, e algumas profissões registram queda no rendimento”, diz Feijó. “A queda de 13% dos médicos especialistas até foi menor do que a de outras profissões. O fato de terem perdido menos pode ser porque os médicos continuam sendo muito demandados”, diz. Matemáticos, atuários e estatísticos (R$ 16.568), médicos gerais (R$ 11.022), geólogos e geofísicos (R$ 10.011) e engenheiros mecânicos (R$ 9.881) vieram na sequência dos cargos com as maiores remunerações no segundo trimestre de 2023. Entre os matemáticos, atuários e estatísticos, a renda média cresceu 50% ante igual trimestre de 2012. Nos outros casos, houve redução dos ganhos: médicos gerais (-37%), geólogos e geofísicos (-20%) e engenheiros mecânicos (-7%).
    O levantamento foi elaborado a partir de microdados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    RENDA DE DESENVOLVEDORES SALTA 91%

    Outro destaque da análise é o aumento na renda média entre os trabalhadores ligados às ciências da tecnologia. O rendimento dos desenvolvedores de páginas de internet e multimídia teve disparada de 91% no segundo trimestre de 2023, ante igual período de 2012. O valor chegou a R$ 6.075. Também houve valorização entre desenvolvedores de programas e aplicativos (39%) e desenhistas e administradores de bases de dados (30%). A renda dessas categorias alcançou R$ 9.210 e R$ 7.301, respectivamente, no segundo trimestre de 2023. Segundo Feijó, o aumento dos salários na área de tecnologia reflete a demanda aquecida pelos serviços prestados pelos profissionais, acelerada na pandemia, além da escassez de mão de obra. “O mercado está demandando, e muitas vezes não há quantitativo suficiente de trabalhadores. Como há escassez de mão de obra, o mercado paga mais”, afirma Feijó.

    EDUCAÇÃO TEM OS MENORES SALÁRIOS

    O levantamento ainda mostra as profissões com os menores salários, considerando os trabalhadores com ensino superior no setor privado. Nesse caso, o destaque é a presença de profissionais da área de educação. O menor rendimento foi registrado entre os professores do ensino pré-escolar: R$ 2.285. Na sequência, vieram outros profissionais de ensino (R$ 2.554) e outros professores de artes (R$ 2.629). “É uma remuneração mais baixa. Isso mostra que, no setor privado, são profissões que tendem a ser mal pagas e podem ser desestimuladas”, diz Feijó.

    Com informações Folha SP