Nota fim do terceiro turno na saúde

Nota fim do terceiro turno na saúde

22 de fevereiro de 2017 Off Por Chapecó



  • A Administração Municipal informa que a partir do dia 01 de março de 2017 não haverá mais atendimento no terceiro turno (18 às 22 horas) nos Centros de Saúde da Família Belvedere, Cristo Rei e Santo Antônio. A medida foi aprovada junto ao Conselho Municipal de Saúde em reunião que aconteceu nesta segunda-feira (20 de fevereiro).

    Investimentos

    O Município reforça que no ano de 2016 foram aplicados em saúde 32,71% do orçamento municipal, quando o exigido em legislação é 15%. Segundo o Ministério da Sáude, Chapecó tem hoje a Melhor Saúde de Santa Catarina e a Segunda Melhor do Brasil. Deixar de atender no terceiro turno nessas três Unidades de Saúde não vai impactar nos indicadores de saúde de Chapecó, em contrapartida, contribuirá de forma significativa para a economia nos cofres do Município.

    Custos

    O custo para manter esses terceiros turnos gira em torno de R$ 100 mil mês, ou seja, R$1.200.000,00 ano. Atualmente os terceiros turnos estavam atendendo em média 11 pacientes por dia. Muitas faltas eram registradas e a estrutura física e de pessoal precisava ficar à disposição da mesma forma.

    Vínculo como Fundamento

    A Política Nacional de Atenção Básica do Ministério da Saúde tem como fundamento o vínculo entre pacientes e profissionais do SUS, mas isso não estava ocorrendo nos terceiros turnos. Os médicos assistentes que estavam atendendo à noite não eram médicos da Estratégia da Saúde da Família, por isso não estabeleciam vínculo com a população específica. Eram médicos de outras unidades que não conheciam os pacientes desses locais, nem seus problemas de saúde.

    Continuidade

    A continuidade do atendimento era outro desafio dos terceiros turnos, pois os pacientes necessitavam aguardar até o outro dia para dar seguimento aos cuidados. Por exemplo, para encaminhar exames e novos agendamentos, o paciente precisava se deslocar ao Posto novamente no dia seguinte. Além disso, outro ponto que não apresentava resolutividade era a entrega de medicamentos, pois o paciente precisava buscar na Farmácia Central, no centro da cidade.

    O terceiro turno gerava, ainda, uma segunda demanda, pois alguns médicos não queriam modificar o tratamento que estava sendo realizado pelo Médico da Família no dia a dia do Posto de Saúde, tendo o paciente que retornar à Unidade no dia seguinte para este tratamento.

    Caráter do atendimento

    Outro quesito que não justifica o terceiro turno é o carácter de atendimento. Quando foram criados em 2005, os terceiros turnos foram implantados para atendimentos de urgência e emergência, especialmente nesses bairros, localizados distante do centro da cidade. Porém, atualmente, no horário alternativo, eram realizadas basicamente as consultas de rotina. Por isso também, os terceiros turnos hoje não se justificam mais, já que existem outras estruturas de atendimentos de urgência e emergência, como o Pronto Atendimento da Efapi e a UPA 24 horas, além do Hospital Regional do Oeste e do Hospital da Criança.

    Novos investimentos

    Hoje estão em construção seis novas unidades de saúde. O serviço continua crescendo no horário normal de atendimentos do Posto de Saúde (das 7h30 às 11h30 e das 13 às 17 horas). Preconizado pelo Ministério da Saúde, a Estratégia de Saúde da Família deve atender 40 horas semanais. Fortalecendo a Atenção Básica, os casos de urgência e emergência tendem a diminuir.

    Direito do trabalhador

    Ao paciente que trabalha o dia todo e não tem tempo para frequentar a Unidade de Saúde a Legislação confere o direito ao atestado médico e/ou de comparecimento. A Constituição diz que saúde é um dever do Estado, porém não exclui a responsabilidade das pessoas, famílias e sociedade.