Ajuste financeiro: Trabalhador da indústria de carnes de Quilombo abre campanha salarial

Ajuste financeiro: Trabalhador da indústria de carnes de Quilombo abre campanha salarial

29 de maio de 2017 Off Por José Carlos Linhares



  • Sindicato quer aumento equivalente a 100% do INPC acumulado no período e ganho real de 3% profissionais

    Quilombo (29.5.2017) – Os trabalhadores das indústrias e cooperativas de carnes de Quilombo aprovaram, por unanimidade, a proposta para renovar a Convenção Coletiva de Trabalho – CCT da categoria. A campanha salarial deste ano foi “inaugurada” em assembleia geral promovida no último sábado (27). O documento, contendo as reivindicações econômicas e sociais, está sendo encaminhado aos empregadores, iniciativa que determina abertura da negociação.

    O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes de Quilombo – Sintraicq propõe reajuste salarial de 100% do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) e mais 3% a título de ganho real. Baseados nos índices dos quatro primeiros meses do ano, economistas projetam que a inflação poderá chegar a percentual em torno de 4,5%. O aumento pedido pelo sindicato atinge os salários gerais (piso e acima dele) dos profissionais da área.

    Mesmo diante da descompassada situação nacional, o presidente do Sintraicq, vereador Vilmar Rodrigues, está otimista. Mostra que o setor de carnes “mantem estabilidade e equilíbrio”, consequência do consumo no mercado interno e das exportações que, no momento, “não sofrem nenhum abalo”. Argumenta que os empregadores precisam levar em consideração que os salários já foram engolidos pela inflação ficando baixos demais por isso “exigem adequada recomposição”.

    O percentual inflacionário serve para nortear o aumento, mas, “todos sabemos que os índices divulgados são fictícios, não refletem a realidade”. A reposição correta do ganho pode ser feita “com o aumento real”, argumenta Rodrigues. Acentua que o salário “não pode encolher”, o valor “tem que ser progressivo”. O dirigente sindical espera que as empresas “sejam sensíveis e justas” acatando as solicitações. Justifica que o sindicato trata de “urgentes e angustiantes necessidades dos trabalhadores”, não de eventuais vantagens “sem cabimento”.

    Consta ainda da lista de reivindicações que a partir de 1º de julho o piso salarial de ingresso deva ser de R$ 1.400,00 e o definitivo, após 60 dias de experiência, de R$ 1.550,00. Entre outros pedidos estão a participação nos lucros e resultados, prêmio por tempo de serviço, cesta básica mensal equivalente a 80 quilos de produtos ou valor de R$ 250,00, auxilio funeral, transporte, garantia de emprego, melhorias nos postos de trabalho, liberação do estudante e auxilio faculdade. O sindicato quer, também, revalidar todas as cláusulas sociais em vigor.

    Reforço – Na assembleia o presidente da Fetiaesc (Federação Estadual da categoria), Miguel Padilha, fez amplas considerações sobre o conteúdo da proposta. Destacou que existem “fortes motivos” que tornam viável a aprovação da proposta. Os trabalhadores exercem suas funções com muita responsabilidade “profissionalismo que merece reconhecimento”.

    Já o presidente da Força Sindical de Santa Catarina, Osvaldo Olavio Mafra, falou sobre a mobilização do movimento sindical contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Para ele as mudanças em debate no Congresso Nacional “são altamente prejudiciais” às classes trabalhadores, por isso “não podemos permitir que sejam implantadas”, garantiu.

    – Foto: Os trabalhos aprovaram, sem restrição, a proposta de negociação da nova CCT

    JC Linhares Assessoria & Comunicação