Mãe denuncia agressão e lesão em filha autista durante aplicação de injeção na UPA

Mãe denuncia agressão e lesão em filha autista durante aplicação de injeção na UPA

4 de maio de 2025 Off Por Editor



  • Menina autista de 6 anos teria sofrido agressões

    Uma mãe procurou a reportagem para denunciar uma suposta agressão e lesão sofrida por sua filha de apenas 6 anos durante um procedimento de aplicação de injeção na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lages. O caso teria ocorrido na última segunda-feira (28). Samara da Silva Ribeiro, a mãe da criança, relatou que levou a filha para atendimento na UPA e, após a consulta médica, foi prescrita uma injeção. Ao encaminhar a menina para a enfermaria, acompanhada de duas técnicas de enfermagem, uma delas teria agido de forma agressiva ao segurar a criança para a aplicação da medicação. Segundo o relato de Samara, sua filha, que é autista, estava agitada e teria batido as mãos, possivelmente atingindo a técnica. A profissional, então, teria repreendido a menina de forma ríspida, repetindo a frase “não me bate que eu estou aqui para te atender” por três vezes. Samara afirma que estava atenta à forma como a técnica falava com sua filha enquanto a outra profissional aplicava a injeção no glúteo da criança. “Ela falou, porque a minha filha estava agitada, minha filha é autista, ela estava agitada, e começou a bater com as mãos, deve ter acertado o rosto, o braço dela, não sei, e ela falou para a minha filha, não me bate que eu estou aqui para te atender. Repetiu três vezes isso, e eu fiquei prestando atenção na forma que ela estava falando com a minha filha, enquanto a outra aplicava a injeção no bumbum da minha filha”, explica Samara. Após o procedimento, a técnica que segurou a menina teria se retirado da sala. Samara, ao receber orientações da outra técnica, que se identificou como Miriam, questionou a coordenação da UPA sobre a conduta agressiva. A coordenadora teria solicitado que a reclamação fosse registrada online, confirmando o nome da técnica. “Terminando ali o procedimento, ela largou a minha filha e saiu para fora da sala. Enquanto isso, a outra que estava me dando orientação após a injeção, eu perguntei o nome que ela me disse que era Miriam. Eu fui até a coordenação reclamar sobre a forma agressiva que ela atendeu a minha filha, e a coordenadora pediu para que eu preenchesse online a reclamação, arrumando o nome da técnica como Miriam mesmo”, conta Samara. A coordenadora da UPA foi averiguar que não havia nenhuma Mirian na pediatria. “Ela foi averiguar, porque ela disse para mim que não tinha Miriam na pediatria. Eu fiquei aguardando com a minha filha, enquanto o porteiro perguntou para ela o que tinha acontecido, por que ela estava chorando, e ela disse que a enfermeira havia aplicado a injeção na axila dela, que estava doendo a axila, que a injeção foi feita ali. Foi onde eu ergui a blusa dela e vi os hematomas” ressalta a mãe. Imediatamente, a mãe retornou à sala onde estavam a técnica e a coordenadora, informou a profissional de ter machucado sua filha. A técnica negou, alegando que precisou usar a força porque a criança a estava agredindo. Samara contesta essa versão, afirmando que sua filha de 6 anos não teria capacidade de agredir alguém. A coordenadora teria se limitado a pedir desculpas pela grosseria da técnica, informando que essa seria a sua maneira de agir. Insatisfeita com a resposta da UPA, Samara chamou a Polícia Militar, registrando um boletim de ocorrência de lesão corporal. Na última terça-feira (29), a criança passou por exame de corpo de delito. A mãe também formalizou uma denúncia na ouvidoria da Secretaria da Saúde, solicitando a abertura de uma sindicância contra a UPA e a técnica de enfermagem envolvida.

    A UPA de Lages enviou uma nota sobre o caso. Leia a nota na íntegra:

    Nota à Imprensa

    A Direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lages informa que, recentemente, foi realizado o atendimento de uma criança que necessitou de intervenção medicamentosa imediata. Durante o procedimento, por se tratar de uma criança com necessidades específicas, foi necessário adotar contenção física segura e momentânea, com o único objetivo de viabilizar a administração adequada da medicação e garantir a segurança da paciente, evitando qualquer risco de autolesão ou intercorrência. Ressaltamos que todas as ações realizadas seguiram rigorosamente os protocolos técnicos e éticos estabelecidos, e contaram com a presença da mãe da criança, que acompanhou integralmente o atendimento e consentiu com as condutas adotadas pela equipe multiprofissional. A UPA de Lages reafirma seu compromisso com um atendimento humanizado, ético e seguro, sempre respeitando os direitos dos pacientes, seus familiares e os princípios que norteiam o cuidado em saúde.

    Atenciosamente,

    Fernando de Aguiar Diretor Geral – UPA Drª MARIA GORETE DOS SANTOS

    Com informações SCC10