
Madrasta que esqueceu criança em carro é denunciada por homicídio culposo em SC
12 de junho de 2025O episódio aconteceu no dia 25 de abril, no bairro Morada do Sol, em Videira
O caso da criança de três anos que morreu asfixiada após ser esquecida em um carro, em Videira, no Oeste de Santa Catarina, ganhou um novo desdobramento. A madrasta do menino foi denunciada pelo Ministério Público por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O episódio aconteceu no dia 25 de abril, no bairro Morada do Sol. De acordo com a investigação, a mulher admitiu ter esquecido o enteado trancado no veículo por várias horas. A criança não resistiu e morreu por asfixia devido ao confinamento prolongado. A denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Willian Valer, da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Videira. Segundo ele, “o caso vem sendo conduzido com bastante cautela. Diante dos elementos de investigação que foram reunidos no Inquérito Policial, formou-se a convicção de que o caso revela, de fato, uma situação de homicídio praticado de forma culposa, ou seja, a denunciada não desejava a morte nem assumiu o risco de provocá-la”. Ainda de acordo com o Ministério Público, a acusada teria violado o dever objetivo de cuidado, agindo com negligência ao esquecer o menino no carro. A pena prevista para esse tipo de crime varia de um a três anos de detenção. Por ser homicídio culposo, o caso será julgado por um juiz, e não pelo Tribunal do Júri.
O que se sabe sobre a morte da criança esquecida dentro de um carro em SC
A investigada, madrasta da criança, foi interrogada e afirmou que a relação dela com a vítima era muito boa e que já estava há mais de quatro anos se relacionando com a mãe da criança. O delegado Édipo Flamia Hellt, em vídeo, disse que a rotina da investigada era a seguinte: “Levar a companheira até o local de trabalho e posteriormente levar a criança até a creche, no Alto da Boa Vista. Depois deixava o carro em casa, pegava no motocicleta e deslocava até a cidade vizinha de Canará para trabalhar”, disse. No relato da investigada ela revelou que no dia do acontecimento, a criança estava com sintomas gripais e estava ‘menos ativa’ do que o normal, por isso acabou dormindo no banco de trás do veículo. “Após deixar a companheira no local de trabalho, não percebeu que a criança estaria dormindo no banco traseiro. Chegou em casa, com a volta das 7h10 da manhã, trancou o veículo, pegou a motocicleta e foi até a cidade vizinha trabalhar. Retornou ao meio dia, passou por esse veículo, não percebeu que a criança estava no interior e foi fazer suas atividades domésticas. 17h30 aproximadamente, quando ela pegou o veículo e foi até a creche do Alto da Boa Vista para pegar a criança após a escola, chegou no local do veículo e constatou que a criança estava dentro trancada e já sem sinais vitais”, relatou o delegado. A investigada relatou ainda que tentou fazer o processo de reanimação e que vizinhos ligaram para a emergência. Ela diz ainda que sofre de transtorno de déficit de atenção e faz uso de medicação e psicoterapia.