
Justiça marca novo julgamento dos réus da Boate Kiss; veja o que pode mudar
19 de junho de 2025O processo voltou ao TJRS após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em abril deste ano manteve as condenações dos réus, mas determinou que o tribunal estadual analisasse novos argumentos
O julgamento dos recursos de apelação das defesas dos quatro réus condenados pela tragédia da Boate Kiss foi marcado para 26 de agosto, às 9h, em Porto Alegre. A sessão será realizada pela 1ª Câmara Especial Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), sob relatoria da desembargadora Rosane Wanner da Silva Bordasch. O processo voltou ao TJRS após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que em abril deste ano manteve as condenações dos réus, mas determinou que o tribunal estadual analisasse novos argumentos apresentados pelas defesas. Entre os pontos que serão reavaliados estão as penas aplicadas — que variam de 18 a 22 anos de prisão — e se a decisão do júri corresponde às provas reunidas no processo. A expectativa é que, com o julgamento de agosto, haja um novo desdobramento no caso, que já se arrasta há mais de 11 anos e ainda mobiliza familiares das vítimas em busca de justiça. Os réus são Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, empresários e ex-sócios da boate; Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira; e Luciano Bonilha Leão, auxiliar de palco da mesma banda. Todos foram condenados em 2021 por homicídio com dolo eventual, com penas que variaram entre 18 e 22 anos. No entanto, em agosto de 2022, a decisão foi anulada pelo próprio TJRS, que acolheu recurso das defesas alegando irregularidades no processo. Com isso, os quatro chegaram a ser soltos. Em setembro de 2024, o ministro do STF Dias Toffoli acolheu recursos apresentados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e pelo Ministério Público Federal contra a anulação do julgamento. A decisão determinou que os condenados retornassem à prisão. A defesa recorreu novamente e, agora, a nova sessão marcada deve definir os próximos passos do processo.
O incêndio na Boate Kiss
A tragédia aconteceu na madrugada de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria (RS). Durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um artefato pirotécnico foi acionado no palco e causou o início do incêndio. O fogo se espalhou rapidamente pela estrutura da casa noturna, que tinha apenas uma saída principal. Muitas vítimas morreram asfixiadas pela fumaça tóxica liberada pela queima de espuma usada como isolamento acústico. Ao todo, 242 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas. O episódio é considerado uma das maiores tragédias já registradas no Brasil e ainda gera forte comoção no país, especialmente entre os familiares das vítimas, que há mais de uma década aguardam um desfecho judicial definitivo.
Com informações SBT News