
Mãe e padrasto viram réus após quase 10 anos de abusos contra criança em SC
27 de junho de 2025O casal está preso preventivamente desde o dia 17 de junho
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou uma mãe e um padrasto por abusos cometidos ao longo de quase 10 anos contra uma criança. Os crimes começaram quando a menina tinha apenas 4 anos e só vieram à tona neste ano, após ela relatar tudo à avó paterna. O casal está preso preventivamente desde o dia 17 de junho.
Mãe e padrasto são denunciados por estupro, maus-tratos e cárcere contra filha
A denúncia foi apresentada no dia 18 de junho pela 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Tijucas e já foi aceita pela Justiça. Agora, os dois acusados respondem como réus em uma ação penal que envolve crimes de estupro de vulnerável, maus-tratos, violência psicológica e cárcere privado. Segundo o MPSC, os crimes ocorreram entre 2015 e 2024, em vários municípios onde a família morou.
Abusos contra a criança
De acordo com as investigações, o padrasto teria estuprado a menina quase diariamente ao longo de nove anos. A mãe teria sido conivente desde o início: aos seis anos, a menina relatou a primeira conjunção carnal à mãe, que ignorou o relato e teria inclusive facilitado os abusos, deixando a criança sozinha com o agressor. Em alguns episódios, a mulher teria presenciado os crimes e dito à filha que a havia “dado” ao padrasto em troca de ser “bancada”, afirmando que ele poderia fazer o que quisesse com a menina. A Promotora de Justiça Ariane Bulla Jaquier reforça a gravidade do caso: “Essa menina não merece viver mais nem um segundo de sua vida com medo”. A vítima hoje tem 13 anos e, ao relatar os fatos à avó paterna no início deste ano, entregou também um diário à Delegacia, onde descreveu detalhadamente os abusos que sofreu. Além dos estupros, a denúncia aponta que a menina foi exposta a sucessivas agressões com cintos, fios e vassouras, sofreu queimaduras, foi privada de comida e deixada trancada em casa sem acesso a telefone ou comunicação com o exterior. Também há relatos de fornecimento de álcool e cigarros à criança, além de atos sexuais cometidos na presença dela. Diante da gravidade dos fatos, o MPSC também solicitou o pagamento de uma indenização mínima de R$ 100 mil por danos morais à vítima e a perda do poder familiar por parte da mãe. O processo segue na Justiça.