Governo Lula teme sanções dos EUA em caso de condenação de Bolsonaro

Governo Lula teme sanções dos EUA em caso de condenação de Bolsonaro

1 de setembro de 2025 Off Por Editor



  • Gestão petista cogita retaliação se novas penalidades forem aplicadas por Donald Trump

    A proximidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) gera apreensão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que prevê a possibilidade de novas sanções dos Estados Unidos caso o ex-presidente seja condenado. A informação é do canal CNN Brasil. O processo começa na terça-feira 2, a partir das 9h, envolvendo Bolsonaro e mais sete acusados por um suposto plano de golpe de Estado em 2022. Apesar de negar relação direta, integrantes do governo reconhecem que a decisão de iniciar, na quinta-feira 28, um processo visando retaliação às tarifas de 50% impostas por Donald Trump serve para garantir respaldo jurídico a eventuais respostas políticas, se houver agravamento das punições americanas.

    Estratégias do governo frente a possíveis sanções

    A equipe do governo considera o processo de retaliação, fundamentado na Lei de Reciprocidade, um mecanismo seguro para enfrentar possíveis novas tarifas dos EUA. O trâmite pode durar de seis meses a um ano, por isso a antecipação foi considerada necessária. Além disso, o Brasil dispõe de meios emergenciais para impor tarifas sobre produtos norte-americanos se o conflito comercial se intensificar. A Embaixada do Brasil em Washington notificou o USTR na sexta-feira 29, sobre o início desse procedimento formal. Aliados de Bolsonaro avaliam que o governo Trump pode retaliar em caso de condenação, cogitando até a ampliação da Lei Magnitsky para incluir familiares do ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF. No Planalto, prevalece a avaliação de que o foco de Washington segue no julgamento, e a tensão deve persistir até as eleições de 2026.

    STF julga Bolsonaro e outros 7 por suposto plano de golpe

    O STF inicia na terça-feira 2, o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete acusados de planejar um golpe de Estado em 2022. O processo será analisado pela Primeira Turma do tribunal, sob a presidência do ministro Cristiano Zanin, que designou cinco sessões para avaliar o caso. As sessões têm horários alternados: em dois dias, ocorrem das 9h às 12h; nos outros três, estão previstas duas rodadas, das 9h às 12h e das 14h às 19h. O julgamento começa com o relatório do ministro Alexandre de Moraes, que detalha as provas reunidas até o momento, sem tempo determinado para essa exposição. Depois da leitura do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que foi reconduzido ao cargo na última semana, fará sua manifestação oral, seguido pelos advogados dos oito réus, cada um com até uma hora para apresentar argumentos. O procurador-geral poderá ter mais tempo, se autorizado pelo presidente da Primeira Turma, por envolver múltiplos réus.

    Com informações Revista Oeste