Cidades de SC decretam situação de emergência por causa da estiagem

Cidades de SC decretam situação de emergência por causa da estiagem

28 de maio de 2020 Off Por Editor



  • Falta de chuva tem prejudicado o abastecimento de água em diferentes regiões do estado e impactado na agricultura.

    A falta de chuva em Santa Catarina tem prejudicado o abastecimento de água e afetado a agricultura do estado. Pelo menos 92 municípios decretaram situação de emergência por causa da estiagem e implementaram sistema de rodízio no abastecimento e ações para a diminuição dos impactos.

    Seis bairros localizados na região continental de Florianópolis e outros dois em São José, na Grande Florianópolis, tiveram o abastecimento comprometido. De acordo com a Casan, empresa responsável pela distribuição, o motivo foi o baixo nível de água nos reservatórios. O nível do Rio Pilões, principal manancial da região, teve redução de 70%.

    A estiagem também tem afetado o Vale do Itajaí. Uma imagem feita por drone, no dia 23 de maio, mostrou a situação de um rio em Blumenau, que aparece quase seco. Um levantamento apontou que a cidade, nos últimos dois anos, passou um ano e quatro meses com níveis de chuva abaixo da média. O estudo foi feito com base em dados do Centro de Operação do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (Ceops).

    Outras cidades da região adotaram medidas, como a proibição do uso de água potável para lavar o carro, e fazer a limpeza de muros e calçadas. Em Indaial, os caminhões-pipa deixaram de molhar as ruas de terra. Em Gaspar, o abastecimento no bairro Bateias foi interrompido durante a madrugada para permitir a chegada de água durante o dia.

    Um caminhão-pipa tem atendido o município de Apiúna, e em Ascurra, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Botuverá, Guabiruba, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó, a orientação é evitar o desperdício.

    Situação mais severa dos últimos 14 anos, diz secretário

    O secretário de Estado da Defesa Civil, João Batista Cordeiro Júnior, falou sobre a situação da falta de chuva em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina. “Nós estamos vivenciando dois desastres simultâneos, a questão do combate ao coronavírus e essa questão do desastre referente à estiagem. Este ano, dos últimos 14 anos, é a situação mais severa que nós vivenciamos”, disse.

    Ele disse ainda que o estado informou o governo federal sobre a necessidade de ações, como aluguel de caminhões-pipa e a distribuição de cestas básicas aos moradores prejudicados pela seca.

    “Nós estamos orientando os municípios de como fazer acesso a isso através de um sistema de identificação de desastres e planos de trabalho”, afirmou. Cordeiro Júnior disse ainda que tem buscado viabilizar recursos na perfuração de poços e a contratação de cisternas.

    No dia 12 de maio, teve início no estado a Operação Estiagem para o enfrentamento dos efeitos da falta de chuva no estado. A ação é desenvolvida pelo Grupo de Ações Coordenadas (Grac) e pelo Comitê de Recursos Hídricos, para avaliar e apontar a destinação de recursos e definir ações de combate.

    A agricultura tem sido outra área impactada no estado. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a estiagem tem comprometido a produção e a qualidade da raiz da mandioca.

    Conforme o órgão, a falta de água aliada à pandemia da Covid-19 tem prejudicado o trabalho de 38 mil estabelecimentos rurais catarinenses que produzem esse tipo de tubérculo, provocado a queda nos preços.

    Outras regiões do estado

    A falta de chuva afeta também outras regiões do estado. Na Serra catarinense, a queda da água da usina que abastece a cidade de Lages está em nível crítico comparado com o mês de maio do ano passado.

    Em Lages, na Serra catarinense, está em vigor um decreto que proíbe o desperdício de água, com multa entre R$ 177 e R$ 1.770 pra quem descumprir. O município decretou situação de emergência por causa da seca e a usina Salto Rio Caveiras, que abastece a cidade, está em nível crítico.

    Em Três Barras, no Norte catarinense, o baixo nível do Rio Negro revelou a presença de fósseis de répteis que viveram há cerca de 280 milhões de anos.

    Com informações G1 SC