Vídeo: crianças eram mantidas amarradas em banheiro de escola infantil

Vídeo: crianças eram mantidas amarradas em banheiro de escola infantil

16 de março de 2022 Off Por Editor



  • A polícia começou a investigar o local após vídeos dos maus-tratos circularem na internet.

    A direção de uma escola infantil localizada na zona leste de São Paulo, está sendo investigada após vídeos divulgados nas redes sociais mostrarem crianças em situação de maus-tratos.

    Nas imagens, quatro crianças são vistas chorando amarradas, com os braços presos por panos, em cadeirinhas no interior de um banheiro.

    Nesta 3ª feira (15.mar), pais de alunos realizaram um protesto em frente ao colégio fechado. Fernanda Pelissari, mãe de um aluno de 2 anos, não imaginava o que acontecia na escola. “Ele já vinha dando indícios de algo errado, mas a gente não percebe, acaba não percebendo. As noites mal dormidas, acorda assustado, chorando”, relata.

    Ela não suspeitava da conduta da diretora do colégio: “Ela passava uma segurança muito grande para a gente, havia sinais, mas a gente não percebia, achava que o comprometimento dela com as nossas crianças e com a gente era muito grande. Para nós, pais, aqui não era um lugar onde nós deixávamos os nossos filhos, aqui era um lugar onde a gente tinha um amparo técnico, pedagógico, um amparo de amor”.

    A proprietária da escola foi ouvida pela polícia e liberada. Ela é investigada por suspeita de maus-tratos de alunos. O advogado dela, André Dias, afirmou que as acusações a princípio tratam-se de uma armação e que a escola não tinha conhecimento deste tratamento com as crianças.

    A direção da escola em comunicado enviado aos pais, disse que as acusações sobre o tratamento dado pela instituição de ensino às crianças são “infundadas e absurdas”. As atividades no local ficarão suspensas por um período inicial de 15 dias, “por medida de segurança”.

    Em nota a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as investigações estão em andamento e mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial.

    Em maio de 2010, uma criança de apenas quatro meses que estava na escolinha, morreu após passar mal e ser socorrida ao hospital, onde deu entrada com parada cardiorrespiratória. À época, a dona da escola afirmou que sua irmã, ao trocar a fralda da bebê, percebeu que ela estava com dificuldade para respirar. Em seguida, com a ajuda de seu cunhado, socorreu primeiramente até uma clínica, onde foi informada que não possuíam condições de atender o bebê. Ela seguiu para o hospital, onde foram realizados vários procedimentos e após uns quarenta minutos, recebeu a notícia de que ela havia morrido.

    O laudo necroscópico apontou asfixia por broncoaspiração ao engasgar com a mamadeira. A proprietária e as funcionárias foram inocentadas.

    Segundo o promotor de Justiça, Airton de Oliveira Negrão, “De acordo com a prova testemunhal produzida, aliada aos demais elementos probatórios constantes dos autos, verifica-se que as proprietárias da creche não agiram com negligência, tomando as devidas cautelas com relação às crianças que se encontravam na escolinha. Desse modo, em que pese a indiscutível gravidade do fato, não se vislumbra qualquer responsabilidade das averiguadas pela morte da criança, nada constando que demonstre que elas devessem ter se acautelado ainda mais para evitar o resultado, tratando-se verdadeiramente, de uma lamentável fatalidade”.

    A Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo afirmou que está apurando o caso das denúncias e já acionou outros órgãos responsáveis. Além disso, o órgão esclareceu que a escola está realmente paralisada, mas não soube informar desde quando.

    Confira o vídeo:

    Com informações SBT News