Caso Luiz Otávio: Presidente Maninho assume consequências e questiona Conmebol

Caso Luiz Otávio: Presidente Maninho assume consequências e questiona Conmebol

24 de maio de 2017 Off Por Chapecó



  • Presidente da Chapecoense faz cronologia, admite erros de comunicação, comenta pressão do Lanús e tem dúvida quanto às ações tomadas pela entidade.

    Após a vitória em cima do Zulia, na noite desta terça-feira, pela Libertadores, o presidente da Chapecoense, Plinio David De Nes Filho, o Maninho, fez um discurso forte sobre a punição aplicada pela Conmebol no caso Luiz Otávio. O mandatário, rodeado por outros sete integrantes da diretoria, assumiu a responsabilidade pela escalação do defensor, apontou falhas na entidade sul-americana e questionou os interesses.

    – Tomei uma decisão pelo bem do bom futebol e tudo como aconteceu nos deixa uma dúvida muito grande do interesse real. Recorremos hoje e vamos até a última instância em busca de nossos direitos. Ninguém além de mim assumirá a responsabilidade sobre todo o ocorrido – afirmou.

    O presidente também admitiu que Luiz Otávio entrou em campo contra o Lanús por decisão sua e ainda questionou o fato de um dirigente do clube argentino ter entrado no vestiário da arbitragem por duas vezes.

    – Eu assumi a responsabilidade de que eles iriam a campo com a composição feita pelo Vagner Mancini. Ganhamos o jogo. Está na súmula que o diretor do Lanús entrou duas vezes no vestiário dos árbitros para dizer que o Luiz Otávio estava suspenso. Qual a razão dele avisar? Era uma indefinição que pairava na cabeça deles se tudo o que tinham feito iria prevalecer.

    De acordo com Maninho, após a informação dada minutos antes do jogo contra o Lanús, os dirigentes vasculharam seus e-mails em busca da comunicação oficial. No entanto, apontou que nenhuma das pessoas que comumente recebiam as informações da entidade tinham o conteúdo em suas caixas de entrada.

    – Houve um conjunto de erros, Conmebol e todos os demais que compõem a cadeia até chegar na nossa secretaria. Todos os e-mails eram dirigidos a quatro ou cinco pessoas pelos canais competentes do Brasil e nós não recebemos isso.

    Confira a manifestação do presidente da Chapecoense na íntegra
    O que realmente aconteceu. Cidade de Medellín, dia 10, recebemos um e-mail da Conmebol sem assinatura nenhuma. Nos causou surpresa. Rui (Costa, diretor executivo) solicitou ao diretor jurídico Marcelo Amoretty que observasse os detalhes daquele email.

    Constatou-se uma irregularidade. Não continha assinatura, não continha destinatário correto. A partir daí chamamos a Conmebol, queríamos entender aquele mail. Eram 15h em Medellin. Às 17h Conmebol informou que Rossi e Luiz Otávio estavam fora da partida. A partir desse momento, time já concentrado e armado com Luiz Otávio e Rossi, mudamos a equipe, não é preciso dizer, tivemos uma perda significativa eram jogadores de importância vital. Perdemos o jogo. Me foi dito claramente, pessoalmente, de que os meninos que havia cumprido a pena poderiam jogar tranquilos na continuidade da Libertadores.

    Saímos de Medellín, fomos jogar com o Corinthians, logramos empate. Foram jogar com Lanús, delegado da Conmebol chegou ao vestiário do clube, registrou a súmula com luiz Otávio e saiu. Estávamos na reza, prontos para entrar em campo, quando observei que alguns não estavam junto conosco. Fui chamado na sala pelo Rui e pelo Michel (supervisor) que tinham recebido. Enquanto isso, o time estava no túnel indo para o gramado. Abri meu telefone dois minutos antes de entrar em campo, tenho registrado, recebi a informação de Luiz Otávio estava fora.

    Eu assumi a responsabilidade de que eles iriam a campo com a composição feita pelo Vagner Mancini. Ganhamos o jogo. Eu consciente de que tínhamos agido certo em colocar aquele time em campo. Naquele momento telefonei e pedi que me desse uma resposta sobre qual a razão daquilo tudo. Está na súmula que o diretor do Lanús entrou duas vezes no vestiário dos árbitros para dizer que o Luiz Otávio estava suspenso. Qual a razão dele avisar? Era uma indefinição que pairava na cabeça deles se tudo o que tinham feito iria prevalecer.

    A partir daquele momento passamos a vasculhar nossos e-mails. Houve um conjunto de erros, Conmebol e todos os demais que compõem a cadeia até chegar na nossa secretaria. Todos os e-mails eram dirigidos a quatro ou cinco pessoas pelos canais competente do Brasil e nós não recebemos isso. Quem fez consulta, Marcelo Amoretty, que recebeu em seu e-mails a resposta do artigo 113, depois não recebeu.

    Dentro das quatro linhas, estamos classificados. Temos 10 pontos. Não na escrita, no conchavo, mas onde deve ser conquistado. Tomei uma decisão pelo bem do bom futebol, e tudo como aconteceu nos deixa uma dúvida muito grande do interesse real. Recorremos hoje e vamos até a última instância em busca de nossos direitos e dentro das quatro linhas, não conchavo mas dentro de campo. Ninguém além de mim assumirá a responsabilidade sobre todo o ocorrido. Muito obrigado.

    Perguntas respondidas pelo presidente:
    O erro aconteceu dentro da Chapecoense em algum momento?
    – Aconteceu dentro da Chapecoense, porque ela recebeu dia 18 o e-mail e não dia 10.

    Para qual e-mail?
    – Eu assumo o e-mail. Não preciso dizer quem foi, eu assumo.

    A Chapecoense recebeu a informação do julgamento do Luiz Otávio para ele pegar três jogo de suspensão?
    – Não recebeu. Foi tribunal fechado, sem nenhuma comunicação a nós para fazermos nossa defesa como é normalmente feito. Essa é outra situação que está arrolada ao sistema de defesa da Chapecoense que está fazendo o recurso agora.

    A CBF ou a FIFA irão ajudar?
    Não sei quem vai ajudar. Nós temos que ter o mérito de mostrar que temos competência e mostrar o que aconteceu. O julgamento depende dos juízes da junta disciplinar da Conmebol, mas daí tem passos a frente. Eu não sei quem vai ajudar. Eu vou defender a Chapecoense.

    Fonte: GLOBO ESPORTE