
BRICS lança Pix próprio para derrubar dólar
15 de agosto de 2025O BRICS Pay, apelidado informalmente de “Pix global” enfrenta o dólar
Os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com apoio de novos membros como Egito, Irã e Emirados Árabes Unidos, aceleram o desenvolvimento de um sistema de pagamentos digitais próprio, o BRICS Pay, apelidado informalmente de “Pix global”, para derrubar o dólar e tornar o bloco mais competitivo.
Inovação tecnológica multilocal
Inspirado em modelos como o Pix brasileiro, o BRICS Pay pretende permitir que transações internacionais entre empresas, bancos e governos sejam realizadas diretamente em moedas locais, sem conversão ao dólar ou ao euro. A plataforma utiliza a tecnologia Decentralized Cross-border Messaging System (DCMS), desenvolvida por cientistas da Universidade Estatal de São Petersburgo. O modelo é descentralizado, cada país gerencia suas demandas, estipula taxas de câmbio e limites de transação. Segundo os fabricantes, ele suporta até 20 mil mensagens por segundo, conta com criptografia avançada e será de código aberto após a fase de testes.
Avanços recentes no BRICS
Na 17ª Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro em julho de 2025, os chefes de Estado aprovaram a formalização da iniciativa de pagamentos transfronteiriços e convocaram uma força-tarefa de pagamentos. O foco foi tanto no debate sobre interoperabilidade entre os sistemas financeiros dos países-membros quanto no fortalecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) como base institucional para garantir liquidez e suporte ao projeto. Embora a proposta gere entusiasmo, há resistências marcantes. Brasil e Índia manifestaram cautela, evitando avançar de imediato para um sistema alternativo completo ou para uma moeda comum, a fim de não confrontar diretamente os EUA. Assim, preferiu-se iniciar com um inventário dos sistemas atualmente existentes, para depois analisar integrações possíveis. Desde 2015, o BRICS discute alternativas ao sistema SWIFT. Plataformas nacionais já em uso incluem o CIPS, na China; o SPFS, na Rússia; e o Pix, no Brasil. Na cúpula de 2024, em Cazã, foi formalmente apresentada uma proposta inicial do BRICS Pay, com respaldo técnico de diversos países.
Com informações Jornal Estadão